Pedro Nuno dança pelo voto de pensionistas, Montenegro critica oposição "azeda". Rocha "forma Governo já", Rosas admite “luta difícil”
No 4.º dia de campanha para as legislativas, comitivas da AD e do PS vão andar por distritos a sul do Tejo e ambas vão a Évora. Siga tudo na TSF
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O presidente do PSD considerou esta quarta-feira que só a AD apresenta uma candidatura de esperança, segurança e estabilidade para os portugueses e criticou os seus adversários que só falam mal e aparecem “todos os dias zangados”.
O histórico bloquista Fernando Rosas reconheceu esta quarta-feira que tem uma “luta difícil” pela frente nas eleições legislativas de 18 de maio, mas acredita que o BE é capaz de voltar a eleger em Leiria, distrito pelo qual se candidata.
Depois da queda registada na terça-feira, a AD recupera uma décima para os 34,9%, Luís Montenegro também inverte a tendência de avaliação negativa dos últimos dias, embora ainda esteja abaixo da linha de água. Só que a coligação acaba por beneficiar da queda de meio ponto do PS que regista o pior resultado da semana: 26,1%.
O líder da IL considerou esta quarta-feira que o seu partido tem “quadros qualificadíssimos” para formar um Governo, com “pessoas e ideias para todos os ministérios”, recusando escolher qualquer pasta, porque “quer todas”.
Em declarações aos jornalistas após ter visitado a Escola D. Maria II, em Braga, Rui Rocha foi questionado se o Ministério da Educação é um dos que ambiciona para o seu partido caso forme um eventual acordo pós-eleitoral com a AD.
“A IL tem uma proposta política abrangente para todas as áreas, com um espírito reformista para todas as áreas e, além disso, a IL tem um enorme conjunto de quadros qualificados em todas as áreas: da saúde à educação, da segurança à economia. Nós temos as pessoas e as ideias para todos os ministérios. Formo-lhe aqui um Governo já”, respondeu.
Montenegro quer oito anos, Pedro Nuno não lhe quer dar sequer um mês: siga a dança eleitoral.
A porta-voz do PAN defendeu hoje que o pedido de Luís Montenegro por um voto de confiança para oito anos assenta numa "ilusão de estabilidade que não existe" e é "excessivamente otimista".
"Eu acho que é um pouco uma esperança um bocadinho acalentada, se calhar por uma ilusão de estabilidade que não existe e, acima de tudo, por uma falta de compromisso ainda com os portugueses em relação àquilo que possa ser os futuros do país, em matéria de transparência", afirmou após ser questionada sobre o voto de confiança para oito anos pedido na noite desta terça-feira feito pelo presidente do PSD, Luís Montenegro.
A porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza, Inês de Sousa Real, falava aos jornalistas após uma ação de campanha na associação Sociedade Protetora dos Animais, em Lisboa.
Inês de Sousa Real considerou a expectativa do primeiro-ministro "excessivamente otimista", porque o "seu Governo já provou ter os mesmos problemas dos casos e casinhos que tinha o anterior", acrescentando que "os grandes partidos acabam por não dar resposta nenhuma, nem solução nenhuma, aos grandes desafios que as pessoas enfrentam".
A líder do PAN acusou também o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de "falta de compromisso com os portugueses" em matéria de transparência porque "conseguiu transformar um problema pessoal num problema do país e arrastar Portugal para novas eleições".
Sousa Real acrescentou que o primeiro-ministro não se pode esquecer que ainda tem "explicações a dar ao país" e "não transmitiu nesta campanha aquilo que é a sua visão em matérias absolutamente estruturais".
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, não vai participar na campanha eleitoral do PS para as legislativas por ter estabelecido como regra para as suas funções um “dever de neutralidade".
Fonte oficial do gabinete de António Costa disse hoje à agência Lusa que, há cinco meses, quando assumiu funções como líder da instituição que junta os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, António Costa “estabeleceu como regra que, no respeito pelo seu dever de neutralidade em relação à vida política dos Estados-membros, não deveria participar em quaisquer atividades dos partidos políticos nacionais”.
O presidente do PSD ouviu esta quarta-feira queixas de reformados em Setúbal, que disse compreender, mas defendeu que a mensagem de confiança que tem procurado transmitir aos mais idosos tem passado durante a campanha.
Numa ação de campanha no Mercado do Livramento, em Setúbal, Luís Montenegro recebeu palavras de apoio, mas também queixas de várias pessoas, sobretudo reformados e antigos combatentes pelas reformas baixas ou dos cortes que foram feitos durante a liderança de Pedro Passos Coelho, no tempo da “troika”.
O presidente do Chega, André Ventura, considerou esta quarta-feira que o Governo deveria ter começado a negociar mais cedo com os sindicatos que representam os trabalhadores do setor ferroviário, podendo evitar a greve, e admitiu a privatização da CP.
Em declarações aos jornalistas em frente à estação de comboios de Aveiro, o líder do Chega afirmou que “a negociação já devia ter sido feita há mais tempo para garantir que algum avanço era dado, mas, ao mesmo tempo, que o Governo já tinha definido, porque podia ter definido, as métricas e a forma de reembolso quando os cidadãos não têm comboio”.
“Até é estranho que o Governo, noutros setores, optou até por fazer uma negociação mais atempada e aqui deixou simplesmente as coisas correrem. Provavelmente porque sentiu que não havia assim tantos votos em disputa, num setor que não é assim tão numeroso, isso é uma falha grave até de cálculo político, porque podem não ser muitos em número, mas têm um impacto social de infraestrutura muito grande e isso foi um erro que hoje estamos a pagar hoje, no dia de hoje, e que é a responsabilidade do Governo”, defendeu.
O secretário-geral do PCP acusou esta quarta-feira o Governo de ser o único responsável pela greve na CP, pedindo ao ministro das Infraestruturas para resolver os problemas dos trabalhadores, em vez “de perder tempo” com campanha eleitoral.
“Todas as consequências negativas que [a greve] tem na vida das pessoas, na movimentação, na mobilidade, tudo isso é da única responsabilidade do Governo”, afirmou Paulo Raimundo, que falava aos jornalistas durante uma arruada em Matosinhos, no distrito do Porto.
O líder comunista reagia às declarações do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, que apelou na terça-feira à desconvocação da greve, que considerou “vazia de sentidos”, alegando que o Governo fez o que podia, estando em gestão.
Entre frutas, rosas, beijinhos e fotografias no mercado dos produtores de Quarteira, Loulé, o líder socialista bebeu esta quarta-feira um licor de Medronho para afinar a voz, apelou ao voto e mostrou-se convicto na vitória do PS no Algarve.
“O PS vai ganhar o Algarve, não tenho a menor dúvida, e se vocês estiveram atentos puderam confirmar isso na volta que demos aqui”, disse Pedro Nuno Santos aos jornalistas já depois de percorrer o mercado dos produtores a céu aberto na Quarteira, concelho de Loulé, sempre acompanhado por Jamila Madeira, a cabeça de lista do PS pelo distrito de Faro.
A coordenadora do BE rejeitou esta quarta-feira que a política seja feita para a "minoria" que mais lucra no país, e insistiu na proposta de um subsídio de alimentação que abranja trabalhadores do setor público e privado.
"Quero falar a quem trabalha. Quem trabalha é a maioria do país. E, estranhamente, a política faz-se para uma minoria. E nós queremos acabar com isso. Nós queremos que a política se faça para a maioria", advogou Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas em Almeirim, distrito de Santarém.
Ao quarto dia de campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de 18 de maio, a caravana bloquista foi até Almeirim para mostrar solidariedade com uma concentração de dezenas de trabalhadores da Sumol/Compal que hoje estão em greve.
A ação decorreu, curiosamente, junto a um cartaz do PS, com uma fotografia do secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, que na noite anterior, num comício no mesmo distrito, também rejeitou um governo para "uma minoria".
O presidente do PSD pediu na terça-feira à noite um voto de confiança para oito anos e apelou diretamente aos eleitores que votaram no PS ou Chega e querem estabilidade para que concentrem os seus votos na AD.
No jantar de aniversário dos 51 anos do PSD, que reuniu cerca de 1800 pessoas no Centro de Congressos de Lisboa, Luís Montenegro disse não estar a falar “nem para os partidos, nem para os políticos” do PS e do Chega, mas para quem votou neles nas eleições de há um ano.
“Convém relembrar-lhes que a nota dominante deste ano foi que, para os socialistas, nunca foi de dispensar, pelo contrário, o apoio do Chega. Para o Chega, nunca foi de ignorar a junção com o PS, para ver se perturbavam a ação do Governo”, criticou.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, considerou na terça-feira que nas últimas eleições os portugueses “não sabiam quem era o verdadeiro” Luís Montenegro e só agora descobriram porque “ao fim de um ano caiu a máscara”.
“Montenegro tem razão quando diz que é o mesmo que era há um ano. Os portugueses é que não sabiam quem era o verdadeiro Montenegro”, disse Pedro Nuno Santos num comício em Santarém, que encerrou o terceiro dia oficial de campanha para as legislativas de 18 de maio.
O líder do PS sustentou que, “finalmente, ao fim de um ano, caiu a máscara” ao primeiro-ministro, considerando que Montenegro e o seu Governo “não são confiáveis e é por isso que merecem perder as próximas eleições”.
A saúde foi um dos temas em destaque no debate de terça-feira dos partidos sem assento parlamentar que concorrem às legislativas, com alguns a criticaram a má gestão no SNS e outros a defenderem a valorização das carreiras.
Num debate no qual a RTP juntou esta terça-feira os 12 partidos sem representação parlamentar foram igualmente abordados questões ligadas às energias renováveis, habitação, corrupção, imigração e regionalização, além das queixas ao atual sistema político e a cobertura que os órgãos de comunicação social dão aos pequenos partidos.
Com a campanha na estrada e o fim dos debates, a AD regista uma inflexão na tendência de subida para os 34,8% e Luís Montenegro, que no início da semana estava em terreno neutro e na segunda-feira tinha deslizado para saldo negativo, vê esta terça-feira reforçar a nota negativa, perdendo cinco pontos em três dias. No entanto, é ainda à AD que os inquiridos atribuem melhor dinâmica de vitória, com 71% a referirem que deverá ser a coligação a vencer a 18 de maio.
O PS não aproveita o deslize da AD já que também desce meio ponto para os 26,6%. Já o Chega reforça para os 16,8% e Iniciativa Liberal trava o crescimento dos últimos dias e recolhe 6,8% de intenções de voto. Vale, no entanto, registar que Rui Rocha continua a reforçar a posição de melhor avaliado nesta sondagem.
À esquerda existe uma ligeira recuperação, desde logo com o Livre que volta a subir para os 3,8% e Rui Tavares é o segundo líder com melhor avaliação. A CDU também sobe para 3,5%, numa altura em que é sublinhada a prestação televisiva do secretário-geral Paulo Raimundo. O Bloco de Esquerda regista a melhor nota da semana, com 2,3%, e o PAN mantém-se nos 0,6%.
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As comitivas da AD (PSD/CDS-PP) e do PS vão andar esta quarta-feira por distritos a sul do Tejo e ambas passarão por Évora, com ações de campanha previstas para a mesma hora no centro da cidade. No quarto dia de campanha oficial para as legislativas de 18 de maio, o presidente do PSD, Luís Montenegro, tem na sua agenda, divulgada na segunda-feira, um contacto com a população em Évora, no Templo Romano, às 18h00, seguido de um comício, às 19h00, na Rua João de Deus.
A partir das 18h00, também o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, estará em Évora, com um contacto com a população e um comício no Templo Romano, de acordo com a sua agenda enviada à comunicação social na terça-feira.
De manhã, o primeiro-ministro e presidente do PSD terá um contacto com a população na cidade de Setúbal. A seguir, no mesmo distrito, irá ao Montijo, visitar e almoçar numa instituição de solidariedade social.
O secretário-geral do PS terá um programa mais longo, com início no distrito de Faro e um total de três comícios: um à hora de almoço em Olhão, outro em Évora e um último à noite em Portalegre. Pelo meio, Pedro Nuno Santos irá ainda visitar um mercado em Quarteira e uma instituição de solidariedade social em Faro.
