"Até breve." Pedro Nuno Santos vai pedir eleições internas no PS: "Não serei candidato"
"Eu deixo de ser secretário-geral a partir do momento que der. Se puder ser já", afirma, considerando que o PS precisa de continuar o seu trabalho da forma mais célere possível
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O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, anunciou este domingo que vai abandonar a liderança do PS, convocando eleições internas no partido e não se recandidatando.
"Acho que honrei a história do partido. Foi isso que tentei fazer ao longo do último ano e cinco meses (...) Assumo as minhas responsabilidades como líder do partido. Vou por isso pedir eleições internas à Comissão Nacional. Está acertado com o presidente do partido convocar a Comissão Nacional para o próximo sábado. Pedirei eleições internas às quais não serei candidato", anunciou Pedro Nuno Santos no discurso da noite eleitoral.
E atira: "Como disse Mário Soares, só é vencido quem desiste de lutar e eu não desistirei de lutar. Até breve e obrigado a todos."
O ainda líder socialista aponta à rápida transição de poder dentro do partido, para que se pense no futuro.
"Eu deixo de ser secretário-geral a partir do momento que der. Se puder ser já", afirma Pedro Nuno Santos, considerando que o PS precisa de continuar o seu trabalho da forma mais célere possível.
Quanto aos resultados eleitorais, lamenta-os: "Os partidos que provocaram a instabilidade foram premiados. A AD atirou o país para eleições, porque sentiu o seu líder apertado, e o Chega apresentou uma moção de censura e nunca contribuiu para a estabilidade política. E o partido, que ao longo do último ano, deu todas as condições de estabilidade para que a AD fizesse o seu trabalho, foi penalizado."
Sobre o crescimento da extrema-direita, Pedro Nuno Santos considera que está "mais mentirosa" e que é preciso continuar a "combatê-la", esteja "no poder ou a influenciar o poder". Agradeceu aos portugueses que "confiaram no PS" e em si próprio e assumiu que "são tempos duros e difíceis para esquerda e para o PS".
Depois de fazer um balanço da campanha, Pedro Nuno Santos assumiu a derrota, apesar "da boa campanha", e revelou que já falou com Luís Montenegro, pedindo que faça jus à confiança que os eleitores lhe deram.
"Não cabe ao PS ser o suporte deste Governo. Luís Montenegro não tem a idoneidade necessária para o cargo de primeiro-ministro e as eleições não mudaram esse cenário. Lidera um Governo que falhou a vários níveis no último ano. Apresentou um programa que vai contra os valores do PS. Estas são, na minha opinião, mais do que razões suficientes para que o PS não dê suporte a um Governo de Luís Montenegro", explicou.
Já na fase das respostas aos jornalistas, Pedro Nuno Santos acredita que "cada um tem uma opinião sobre o que correu mal". O ainda líder socialista considera que fez o "o melhor", mas "não foi suficiente", crendo que não é "a pessoa certa para fazer juízos".
Questionado sobre a comissão parlamentar de inquérito ao primeiro-ministro e sobre a votação do programa de Governo, o socialista deixa isso para o futuro do partido, mas considera que as razões para o inquérito a Montenegro se mantêm.