Presidenciais: Gouveia e Melo favorito contra Passos Coelho, Marques Mendes ou Mário Centeno

A um ano das eleições presidenciais, sem candidatos oficiais, mas com uma longa lista de potenciais nomes, Henrique Gouveia e Melo surge, entre os dezanove nomes apresentados aos inquiridos, como aquele que regista maior potencial de voto.

Vale sublinhar que não se trata aqui de intenções de voto, até porque não existem candidaturas formalizadas, pretendeu-se apenas conhecer o posicionamento dos inquiridos face a nomes que têm estado no espaço público.

E neste caso, 28% afirmam que votariam “de certeza” e outros 29% admitem que “talvez” escolhessem o agora almirante na reserva. Gouveia e Melo apresenta também a menor rejeição de voto. São 39% aqueles que “jamais” votariam nele.

Resultados muito semelhantes (embora com maior taxa de rejeição) tem António Guterres, o segundo melhor colocado nesta sondagem, embora o mandato à frente das Nações Unidas, até o final de 2026, o coloque fora desta contenda.

Mário Centeno, pelo contrário, não está fora da corrida e surge em terceiro sendo aquele, entre os nomes da área socialista, com melhor prestação (32%) numa hipotética segunda volta frente a Gouveia e Melo (51%), e, noutros cenários, empatando com Passos Coelho e vencendo contra Marques Mendes.

Quando se pergunta ao total dos inquiridos qual é o candidato que PS e PSD deve apoiar, o nome de Gouveia e Melo surge em primeiro lugar, com destaque entre aqueles que assumem ter votado em André Ventura.

Aliás, o líder do Chega que já anunciou que tenciona candidatar-se parece enfrentar um desafio já, além de estar entre aqueles que têm maior taxa de rejeição (80%), também regista que mais de 40% daqueles que votaram no Chega em março ou que votaram em Ventura nas últimas presidenciais, afirma que “de certeza” votariam em Gouveia e Melo.

Entre os eleitores do PS, excluindo António Costa (41%) (que iniciou recentemente o mandato à frente do Conselho Europeu), é Mário Centeno (37%) o mais referido seguido por Gouveia e Melo (34%). Com menor expressão de apoio entre o voto socialista, estão António José Seguro (19%), António Vitorino (19%) e Ana Gomes (16%).

Já junto de quem diz ter votado na AD, Pedro Passos Coelho que se tem colocado fora da corrida é o nome mais apontado (57%) , seguido por Henrique Gouveia e Melo (43%) e Marques Mendes (38%). Da lista de potenciais candidatos, os inquiridos da AD atribuem ainda 23% a Rui Rio, 17% a Durão Barroso, 13% a José Pedro Aguiar Branco e apenas 9% a Pedro Santana Lopes.

Cenários para uma eventual segunda volta

Esta sondagem testou onze cenários para uma hipotética segunda volta e Henrique Gouveia e Melo vence, com maioria, os cinco onde está envolvido, com cerca de 20 pontos de distância em relação aos melhores classificados que seriam, de acordo com este estudo, Pedro Passos Coelho (32%), Mário Centeno (32%) e Marques Mendes (30%).

Pedro Passos Coelho teria maior intenção de voto do que os potenciais candidatos socialistas apresentados nesta sondagem, embora registe um empate técnico com Mário Centeno. Já Marques Mendes venceria uma eventual segunda volta contra António José Seguro e António Vitorino, perdendo para Centeno.

São os eleitores da esquerda, os liberais e os jovens quem mais resiste ao Almirante agora na reserva que recolhe apoio junto das mulheres, de quem votou Ventura ou Marcelo, no Norte e no Sul e nas classes mais desfavorecidas.

“Liderança forte” valorizada

Questionados sobre qual é a característica mais importante num Presidente da República, mais de de 4 em cada 10 eleitores apontam a “Liderança forte” (42%) , seguida pela “Integridade e Ética” (31%) e “Capacidade de tomar decisões difíceis” (31%). Menos valor para os inquiridos parecem ter características como “Conhecimentos em questões de Defesa”, “Foco em sustentabilidade e meio ambiente.”

FICHA TÉCNICA

Sondagem realizada pela Pitagórica para a TSF -JN- O Jogo e TVI, CNN Portugal, com o objetivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre temas relacionados com as eleições presidenciais e com a atualidade do país. O trabalho de campo decorreu entre os dias 28 de dezembro de 2024 e 05 de janeiro de 2025, foram recolhidas 400 entrevistas telefónicas a que corresponde uma margem de erro máxima de +/- 5,00% para um nível de confiança de 95,5%. A amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores Portugueses recenseados e foi devidamente estratificada por género, idade e região. A taxa de resposta foi de 65,36% e a direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva.