Ordem preocupada com cirurgias no Amadora-Sintra após regresso de médicos que acusaram colegas de más práticas
Em cima da mesa está a demissão de dez cirurgiões após o regresso ao serviço de dois médicos que acusaram os colegas de más práticas
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Depois de reunir com a administração e com os cirurgiões do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), a Ordem dos Médicos (OM) não sai mais descansada relativamente às suas preocupações. Nos últimos dias, o regresso dos dois médicos, entre eles o antigo diretor do serviço, que há cerca de dois anos acusaram os outros cirurgiões de más práticas, levou já à apresentação da demissão de dez cirurgiões, cerca de metade do serviço. Estes médicos estavam há algum tempo a trabalhar em Vila Franca de Xira, mas nesta altura quiseram regressar ao serviço, o que está a causar mal-estar entre os cirurgiões.
O presidente do Conselho Regional do Sul da OM lamenta que volte a agitação a um serviço que já estava apaziguado, considerando que cabe ao Conselho de Administração desta unidade hospitalar resolver a situação "de acordo com os instrumentos legais que tem". Paulo Simões revelou à TSF que a administração propõe-se partir o serviço de cirurgia ao meio e "de um lado ficam esses elementos e aqueles que aceitem trabalhar com eles, e do outro os outros elementos". "Daquilo que me foi dado a auscultar não me parece que as pessoas estejam com grande vontade de trabalhar com estes dois elementos", conta.
Na Ordem dos Médicos decorre ainda um inquérito ao ex-diretor do serviço, após uma denúncia dos médicos internos de práticas de bullying.
Perante este braço de ferro na cirurgia do Amadora-Sintra, Paulo Simões receia que possa estar em causa "um serviço de referência da zona sul" e mesmo a possibilidade deste serviço de cirurgia perder a capacidade de formação e colocar em perigo a formação dos 12 médicos internos de cirurgia que ali se encontram.