Duas frentes polares nórdicas congelaram o Jamor para lá da hora. Sporting conquista a Taça de Portugal
Veja os golos. Kökçü quase deu a vitória às águias, mas Gyökeres empatou de penálti no último lance do tempo regulamenta, Harder fez a reviravolta no prolongamento e Trincão fechou as contas ao cair do pano
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Previa-se uma tarde quente para o distrito de Lisboa, mas a zona da Cruz Quebrada foi invadida por duas frentes polares nórdicas que congelaram o Estádio Nacional. O Sporting venceu o Benfica por 3-1, no Jamor, e conquistou a 18.ª Taça de Portugal da sua história.
Tudo se encaminhava para uma vitória das águias, já que Kökçü abriu o marcador no arranque da segunda parte e Gyökeres só conseguiu empatar a final, de penálti, no último lance do tempo regulamentar. No prolongamento, Conrad Harder marcou de cabeça e Trincão confirmou o segundo troféu dos leões na temporada.
Comparando com o dérbi de há duas semanas no Estádio da Luz, que terminou com um empate (1-1) e deixou o Sporting e grande posição para o bicampeonato, ambos os treinadores mexeram nos onzes. Bruno Lage trocou o guarda-redes, lançando Samuel Soares, e deixou Aursnes e Di María no Banco, promovendo Dahl e Bruma à titularidade. Do lado leonino, Rui Borges fez apenas uma troca: Diomande, lesionado, ficou de fora e foi St. Juste a compor o trio de centrais.
O primeiro remate do jogo aconteceu para defesa de Rui Silva. Kökçü aproveitou uma bola perdida e atirou de fora da área para um encaixe fácil do internacional português.
O Sporting parecia ter mais iniciativa no jogo, mas não estava a conseguir chegar à baliza de Samuel Soares. Do outro lado, aos 11 minutos, Kökçü cruzou da esquerda e, depois de uma carambola, Bruma rematou para um corte com o braço de Gonçalo Inácio, com Luís Godinho a assinalar grande penalidade. Contudo, depois de revisão no VAR, o árbitro marcou fora de jogo a Kökçü e reverteu o penálti.
Aos 19 minutos, apareceu a primeira ocasião flagrante de golo da final. Debast perdeu a bola em zona proibida e Pavlidis, em excelente posição, aproveitou para a rematar, mas Rui Silva defendeu-a para o poste.
As águias tinham o comando do jogo e aproveitavam ataques rápidos para criar perigo. Aos 28 minutos, Bruma recebeu de Aktürkoglu e rematou ligeiramente por cima, com a bola a desviar em Gonçalo Inácio.
O Sporting só conseguiu dar algo de si no período de compensação, quando Gyökeres entrou na área e rematou para uma defesa tranquila de Samuel Soares.
O intervalo chegou sem que nenhuma das equipas tenha conseguido marcar. O Benfica foi mais perigoso ao longo dos primeiros 45 minutos, especialmente naquele remate de Pavlidis que esbarrou em Rui Silva e no poste. Do lado do Sporting, houve apenas o remate de Gyökeres num dos últimos lances antes do descanso.
E foi a abrir o segundo tempo que o marcador foi inaugurado. O Benfica jogava pelo lado direito, Aktürkoglu deu para trás para Kökçü e o médio turco, ligeiramente descaído para a esquerda, rematou forte e de longe e a bola entrou junto ao poste da baliza de Rui Silva.
Praticamente na jogada seguinte, Tomás Araújo combinou com Pavlidis e o grego isolou Bruma para o golo, mas, depois de revisão no VAR, Luís Godinho anulou o lance por falta anterior de Álvaro Carreras sobre Francisco Trincão, com o espanhol a ver o cartão amarelo.
Depois do golo, o Sporting teve de assumir mais o jogo e o Benfica acabou por recuar no terreno de jogo. Contudo, os leões não conseguiam criar claras oportunidades de golo.
Com as dificuldades leoninas, quem quase aproveitou foi Belotti. Já em campo a substituir Pavlidis, o italiano foi assitido por Schjelderup e rematou para defesa apertada de Rui Silva.
Aos 87 minutos, Harder combinou muito bem com Gyökeres e serviu Francisco Trincão, mas o internacional português rematou de pé direito, fraco e à figura de Samuel Soares.
Num dos últimos lances do tempo regulamentar, Viktor Gyökeres arrancou pela direita, tirou António Silva da jogada e foi derrubado por Renato Sanches já dentro da área, com Luís Godinho a assinalar penálti. Na conversão da grande penalidade, o sueco empatou o jogo e levou a decisão para o prolongamento.
No prolongamento, os leões estiveram, aos 98 minutos, muito perto de fazer a reviravolta. Gonçalo Inácio lançou longo para Maxi Araújo e o uruguaio cruzou rasteiro para Gyökeres, mas Samuel Soares fez uma grande defesa.
No lance seguinte, o Sporting marcou mesmo. Trincão cruzou da esquerda para o segundo poste e Conrad Harder chegou mais alto do que toda a gente para fazer a reviravolta no marcador.
Bruno Lage arriscou tudo e lançou Ángel Di María para o resto do prolongamento, mas agora eram as águias que não conseguiam criar ocasiões de golo. Um dos melhores momentos do Benfica no prolongamento até saiu dos pés do argentino aos 118 minutos, com um remate de longe que passou ligeiramente por cima da barra.
E quem aproveitou o balanceamento ofensivo das águias foi Francisco Trincão. Harder conduziu pela esquerda, combinou com Gyökeres e serviu o internacional português, que tirou António Silva da jogada e fez o 3-1 na compensação do prolongamento.
O jogo terminou pouco depois e o Sporting confirmou a conquista da Taça de Portugal pela 18.ª vez na sua história.
Onze do Benfica: Samuel Soares, Tomás Araújo, António Silva, Otamendi, Álvaro Carreras, Florentino, Kökçü, Dahl, Bruma, Aktürkoglu e Pavlidis.
Onze do Sporting: Rui Silva, Eduardo Quaresma, St. Juste, Gonçalo Inácio, Geny Catamo, Hjulmand, Debast, Maxi Araújo, Francisco Trincão, Pedro Gonçalves e Gyökeres.
Suplentes do Benfica: Trubin, Bajrami, Leandro Barreiro, Aursnes, Schjelderup, Di Maria, Belotti e Arthur Cabral.
Suplentes do Sporting: Franco Israel, Fresneda, Matheus Reis, Morita, Eduardo Felicíssimo, Biel, Geovany Quenda, Harder e David Moreira.