Motoristas TVDE recebem menos de 50 cêntimos por quilómetro: movimento quer Uber e Bolt no Parlamento
A Associação Movimento Nacional — TVDE quer regularizar o preço deste serviço. À TSF, Vítor Soares sublinha que os condutores passam "14, 15, 16 horas dentro do veículo", o que "coloca em risco a sua própria vida e a do passageiro"
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A Associação Movimento Nacional (AMN) — TVDE quer que a Uber e a Bolt sejam ouvidas no Parlamento, para fixar um valor mínimo para o transporte das plataformas digitais. O pedido é feito a todos os partidos com assento na Assembleia da República e também ao Governo.
Em declarações à TSF, o presidente da organização, Vítor Soares, defende que a tutela deve decretar um valor mínimo a fim de assegurar a estabilidade dos trabalhadores e a "sustentabilidade" do setor. Atualmente, o preço pago por quilómetro "está, sensivelmente, a atingir menos de 50 cêntimos".
O líder do movimento traça ainda um retrato daquela que é a vida dos trabalhadores TVDE (transporte individual de passageiros em veículo descaracterizado): têm "horários díspares" e "o cansaço e a saturação podem colocar em risco a sua própria vida e a do passageiro", especificando que "andam 14, 15, 16 horas dentro do veículo e a transportar pessoas".
Por sua vez, Vítor Soares elogia a nova ferramenta digital criada pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), que verificará se condutores, operadores e veículos estão legalmente habilitados. Segundo o comunicado enviado à agência Lusa, os objetivos deste portal "passam por promover a integridade do setor, impedindo a falsificação dos documentos legais necessários e afetos à atividade".
"Através do portal, as plataformas poderão confrontar os dados que detêm relativos a cartas de condução, aos certificados de motorista TVDE, licenças de operador TVDE e características dos veículos com os dados que constam nas bases de dados do IMT", lê-se ainda.
"Esperamos que o veículo venha a ter um selo holográfico para identificação", assinala o representante. Assim, é possível ficar "a saber o número de veículos exatos que estão a ser utilizados para TVDE" e, igualmente, efetuar o registo dos motoristas - "a que empresa é que eles prestam realmente o serviço" - e, consequentemente, dos seus horários.