Inteligência artificial está a acelerar produção de novos medicamentos e reduz testes em animais
"O registo de patentes vai mudar por completo. A facilidade com que nós vamos pôr medicamentos no mercado com o que vamos eventualmente prescindir dos estudos em animais", afirma Ricardo Dinis Oliveira à TSF
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A inteligência artificial está a mudar tudo, também na descoberta de novos medicamentos. Já está a acelerar, e muito, o tempo para testar as potencialidades de novas moléculas, que, por sua vez, vão dar origem aos novos fármacos.
"Demorámos dez ou 15 anos a desenvolver um medicamento, porque durante muitos anos perdemos tempo a ver quais são as moléculas mais potenciais e nós com a inteligência artificial, de rapidamente de 4000 substâncias potenciais úteis, estamos rapidamente a fazer estudos preditivos da utilidade daquelas substâncias e estamos a encurtar largamente o tempo de desenvolvimento farmacológico, trazendo novos medicamentos para o mercado", explica à TSF Ricardo Dinis Oliveira, presidente do Congresso Internacional de Toxicologia.
O congresso arranca esta quinta-feira no Instituto Universitário de Ciências da Saúde, em Gandra, no distrito do Porto. Ricardo Dinis Oliveira garante que o processo de aprovação será mais rápido, nomeadamente porque deixa de ser preciso fazer testes em animais, e o sistema de patentes que regula o mercado e permite aos laboratórios fixar preços muito altos para os novos fármacos também terá de mudar.
"O registo de patentes vai mudar por completo. A facilidade com que nós vamos pôr medicamentos no mercado com o que vamos eventualmente prescindir dos estudos em animais. Um dos grandes impactos que nós temos até do ponto de vista emocional é fazer a experimentação animal terá de reduzir ao mínimo, porque a nossa capacidade de prever a utilidade das moléculas e o seu grau de efeito adverso vai ser facilmente melhorado", explica.