Descida do IRS: Alexandra Leitão questiona "credibilidade" do Governo, Lobo Xavier e Pacheco Pereira falam em "má-fé"
No programa O Princípio da Incerteza, a líder parlamentar do PS considera que "há explicações a dar". Já Lobo Xavier refere-se a uma "sugestão falsa e ambígua". Pacheco Pereira considera que estas polémicas ajudam o Chega a crescer.
Corpo do artigo
Alexandra Leitão questionou, este domingo, a credibilidade do Governo de Luís Montenegro ao falar de um "choque fiscal" que, afinal, não existe. No programa da TSF e da CNN Portugal, O Princípio da Incerteza, a líder parlamentar do PS exigiu um debate parlamentar de urgência, considerando que há muito por explicar neste caso.
"Há que esclarecer a intenção, porque há aqui um aspeto que eu acho muito importante, talvez o mais importante de todos, que é, em duas palavras, a confiança e a credibilidade. E sobre isso, acho que há algumas explicações a dar, porque se muitos milhões de portugueses entenderam de uma forma e não é assim, houve, pelo menos, durante 48 horas uma dúvida e acho que isso merece explicações no Parlamento, que é onde elas devem ser dadas também às pessoas por todas as formas que o Governo entenda fazer", afirmou.
Já o conselheiro de Estado António Lobo Xavier disse que não houve mentira, mas sim "má-fé". "Eu não chamo a isto mentira por uma razão. Claro que é uma sugestão falsa, ambígua. Claro que é uma sugestão de falsidade. A mentira ou ambiguidade estavam destinadas a durar segundos, horas, dias no máximo", sublinha. "Qual é a vantagem política que se retira de uma ambiguidade, de uma sugestão errada que rapidamente pode ser desmentida, mostrada e denunciada?", questiona.
Para Pacheco Pereira, este tipo de polémica ajuda o Chega a crescer. "Há uma política geral de dolo e de má-fé, que é uma das razões para quem está insatisfeito com a sua vida encontrar motivos para votar no Chega", acredita.
"As manobras que já se assistem em relação às promessas eleitorais da AD são impressionantes: as promessas salariais, as promessas de carreira, as promessas de restituição. E já há manobras de 'afinal, não é bem assim', quando as propostas foram explícitas durante a campanha. Agora para a frente eu chamo a atenção para uma coisa: vai começar a dança das nomeações e nós vamos assistir à ocupação de muitos lugares. Nem é tanto pelas pessoas serem mais à direita ou serem mais à esquerda. Há muita gente incompetente", acrescenta.
Este foi o último programa em que participou António Lobo Xavier, que vai ocupar a presidência não-executiva da EDP.
