Livre quer "igualdade de tratamento" e faz contraproposta: "Que se sorteie em que debate estará Nuno Melo e não Montenegro"
Em declarações à TSF, o deputado Jorge Pinto sublinha que "não pode haver um dos intervenientes políticos a ser árbitro e jogador ao mesmo tempo"
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O deputado do Livre Jorge Pinto anunciou esta terça-feira na TSF que o partido vai fazer uma "contraproposta" à AD para que sejam "sorteados" os debates eleitorais a que vai Luís Montenegro ou Nuno Melo.
"Gostaria de anunciar que iremos fazer uma contraproposta: já que Luís Montenegro não quer ir a todos os debates e já que Nuno Melo irá a alguns, então que se sorteie em que debate é que estará Nuno Melo e não Luís Montenegro", avançou.
Jorge Pinto explicou que o que está em causa é a defesa de uma "ideia de igualdade de tratamento" e lamentou a falta de "seriedade" que nos últimos dias tem pautado a discussão em torno dos debates entre os "hipotéticos candidatos a primeiro-ministro".
"Não pode haver um dos intervenientes políticos a ser árbitro e jogador ao mesmo tempo, e não sofrer qualquer consequência com isso", sentenciou, numa referência a Luís Montenegro, que anunciou que seria Nuno Melo o representante da AD no frente a frente com o Livre.
Já sobre a sondagem da Pitagórica para TSF-JN-TVI-CNN Portugal - que coloca o Livre numa posição de destaque, por ser o partido que mais cresce junto do eleitorado, a menos de dois meses das eleições legislativas antecipadas -, assegurou que o objetivo é continuar um "trabalho de seriedade" e trazer uma "mensagem de esperança e muita confiança".
Considerou, ainda assim, que este é um "ótimo sinal" de reconhecimento, mas ressalva que o partido não se deixa "iludir demasiado com boas sondagens". O mesmo acontece no caso inverso, quando as perspetivas são "menos boas".
"O certo é que ainda temos um mês e meio pela frente e esperamos muito nesse hiato convencer ainda mais eleitores da validade da nossa proposta, do nosso programa e de ter um Livre reforçado na Assembleia da República, até para garantir uma maior estabilidade governativa, caso haja uma maioria de esquerda no Parlamento", declarou.
A sondagem aponta ainda para um aumento no número de indecisos, algo que o Livre encara com "naturalidade", sobretudo porque o país vive uma "nova fase política", com círculos políticos "muito curtos".
"pela sua novidade, faz com que muita gente tenha tendência a afastar-se da vida política ou da decisão do seu voto. Isto não significa que a abstenção vai aumentar: vimo-lo, por exemplo, na Madeira, onde até diminuiu, o que significa que as pessoas com um certo cansaço - se calhar legítimo - esperarão para saber efetivamente o que é que os partidos lhes têm para oferecer até decidir o seu voto", admitiu.