Carneiro critica "ausência" do Governo e pede a Montenegro que "convoque rapidamente" Comissão Nacional de Proteção Civil
Ouvido pela TSF, o socialista acusou o primeiro-ministro de mostrar descoordenação política nesta crise com grande impacto na vida das pessoas
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O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, apelou este domingo ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, para que “convoque rapidamente” a Comissão Nacional de Proteção Civil, para garantir “o comando político” do combate ao flagelo dos incêndios florestais.
"O meu apelo é um apelo com gravidade, para que o senhor primeiro-ministro convoque rapidamente a Comissão Nacional de Proteção Civil, tendo em vista garantir a coordenação política e a assunção política, o comando político, do combate a este flagelo que está a confrontar muitas das nossas comunidades locais”, disse José Luís Carneiro à agência Lusa, por telefone, a partir do município açoriano de Lajes do Pico, onde se encontra.
Já em declarações à TSF, o líder socialista lamentou a "ausência" de Luís Montenegro no terreno e insistiu: "Convém que o Governo e o primeiro-ministro tenham consciência de que a sua presença nas instâncias próprias, falo neste caso da Comissão Nacional de Proteção Civil, é muito importante para garantir o apoio político aqueles que têm que decidir."
É na Comissão Nacional de Proteção Civil que melhor se pode realizar a coordenação de todos os meios e de todos os serviços que dependem de várias as tutelas políticas, tendo em vista responder de forma mais eficaz às necessidades.
José Luís Carneiro lembrou ainda que, depois dos fogos apagados, há medidas de natureza estruturais de médio e longo prazo que estavam na pasta de transição do Governo de António Costa para o Executivo de Luís Montenegro.
"As medidas ficaram na pasta do Governo. Por exemplo, a reforma da propriedade rústica e é muito oportuno que possa explicar o que foi feito com essa reforma", concluiu.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração do estado de alerta, em vigor desde 2 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.