Das "bofetadas na fuça" no Estado Novo à "bandalheira". O Liceu Camões modernizou-se e está "completamente diferente"
À TSF, antigos alunos recordam os tempos em que o quadro era de giz e os professores ameaçavam dar "uma bofetada na fuça"
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O dia 16 de outubro marca um dia de festa em dose dupla no Liceu de Camões: celebra-se esta quarta-feira o 115. º aniversário daquele estabelecimento de ensino e o final de quase 15 anos de espera pela requalificação.
Antigos alunos estiveram presentes no dia de comemorações e, em declarações à TSF, recordaram momentos de “bandalheira” e onde também sentiram medo de levar “uma bofetada na fuça”.
“Esta é a sala onde estávamos no 5.º ano — que agora é o 9.º ano — quando se deu o 25 de Abril. Esta sala que hoje se vê muito arrumadinha era uma sala com seis filas de carteiras individuais”, conta João Ralha.
Não havia computadores, a secretária do professor estava num nível superior e o quadro era de giz. “Um enquadramento completamente diferente”, completa o colega Pedro Lourenço, que, entre risos, garante que muita coisa mudou após a queda do Estado Novo.
“Nós tínhamos um professor de ginástica que dizia ‘levas uma bofetada na fuça’”
O pátio onde já foi quase proibido correr é agora um novo lugar onde os alunos podem conviver quando saem das aulas: “É muito bom vermos o nosso liceu modernizado.”
Os trabalhos de reabilitação do Liceu de Camões começaram em 2019, muito após o que estava previsto, em 2011, por causa da contenção de despesa então imposta pela troika. A pandemia, em 2020, também complicou o arranque das obras. A direção da Escola Secundária de Camões não esconde o alívio pelo fim das obras numa das instituições mais importantes de Lisboa.