Provas digitais arrancam na próxima semana: pais e diretores preocupados com falhas na internet
Filinto Lima explica à TSF que cada escola pode decidir se as notas contam ou não para a classificação final dos alunos: umas vão fazer "uma ponderação", outras acham "prematuro"
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Os pais e diretores das escolas estão ansiosos com as provas-ensaio que vão começar a ser feitas na próxima semana. São provas que serão realizadas pelos alunos dos 4.º, 6.º e 9.º anos, em formato digital, para avaliar se as escolas estão prontas para exames totalmente digitais. O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, admite à TSF que as escolas receberam verbas do Estado para comprar material informático, porém os problemas continuam.
"É certo que o Ministério da Educação dotou as escolas com o dinheiro para adquirirem mais computadores, mas temos de perceber se a internet falha, porque, na verdade, os nossos professores diariamente levam para as escolas dois planos de aula: o A e o B. O plano A funciona quando funciona a internet. O plano B tem de estar ao dispor dos professores para quando a internet não funciona e, muitas vezes, é o que acontece. A partir do dia 10 de fevereiro, de facto, esta realidade é a realidade com a qual nós nos deparamos para as provas de aferição."
Também a presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Mariana Carvalho, assume problemas com "os dispositivos, a infraestrutura, a rede, mas também a preparação, especialmente dos docentes, na realização de tudo aquilo que é o formato da prova digital". Contudo, está mais preocupada com o dia a dia nos estabelecimentos de ensino.
As provas-ensaio começam na próxima segunda-feira e vão estender-se durante todo o mês de fevereiro. Cada agrupamento pode decidir se as notas contam ou não para a classificação final dos alunos, como explica Filinto Lima: "Há opinião para todos os gostos. Há escolas que já se posicionaram no sentido de haver uma ponderação na avaliação dos alunos relativamente à classificação das provas-moda. Outras escolas acham que isso é prematuro e, este ano, não irão adotar essa estratégia."
A questão da prova contar ou não para a nota final está a levantar dúvidas à CONFAP, mas a confederação prefere esperar antes de se pronunciar sobre o assunto.