Paulo Raimundo: "Não conseguem limpar as mãos que têm manchadas com a alteração à lei dos solos"
Na abertura das jornadas parlamentares do PCP, Paulo Raimundo apontou que alteração à lei dos solos é da responsabilidade do PSD e CDS, mas lembra que teve o apoio do Chega e da IL, com o PS a "decidir ir a jogo"
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Paulo Raimundo considera que o “drama” do acesso à habitação não se resolve insistindo nas opções que “nos trouxeram” ao momento atual e que, perante a crise, o “Governo propõe cavalgá-la”.
“Perante o problema central da especulação, o Governo procura acentuá-la ainda mais, desde logo, com a alteração da lei dos solos, uma medida a que o PCP se opõe e que merece alargada rejeição de várias instituições e pessoas no nosso país”, afirma.
Na abertura das jornadas parlamentares do PCP, em Leiria, o secretário-geral do partido sublinhou que a alteração à lei foi da responsabilidade do PSD e CDS, mas lembrou o apoio do Chega e da IL, com o PS a “ir a jogo”.
“A lei da especulação, a lei da negociata, uma lei feita à medida dos fundos imobiliários e numa altura em que parece que se quer discutir tudo menos o conteúdo desta alteração, é boa altura para relembrar que, se é verdade que o PSD e o CDS são responsáveis por esta lei, também não é menos verdade que esta lei contou com o voto do Chega e da IL, e ao qual PS decidiu ir a jogo", atira.
Para Paulo Raimundo, "bem podem agora fazer os pinotes, todas as manobras que entendam neste momento". "Não conseguem limpar as mãos que têm manchadas, desta alteração à lei, desta lei das negociatas, desta lei da especulação”, diz.
As palavras de Paulo Raimundo surgem numa altura em que o Chega ameaça avançar com uma moção de censura caso o primeiro-ministro, Luís Montenegro, não preste declarações sobre a empresa da família que poderá beneficiar da nova lei dos solos.
O PCP reúne-se em Leiria para as jornadas parlamentares que têm com foco nos serviços públicos, direitos e produção nacional.
Esta manhã, Paulo Raimundo acusou o Governo de estar “submisso à União Europeia e à NATO e apostado em fazer de conta que responde a problemas, mas, na verdade, o que faz é agravá-los, cumprindo a agenda dos grupos económicos e das multinacionais”.
