Protestos pró-Palestina nas universidades "têm impacto muito grande": "UE não pode ter dois pesos e duas medidas"
Os protestos nas instituições de ensino superior "influenciam, evidentemente, quer a Casa Branca quer a opinião pública americana e internacional", acredita o ex-funcionário da ONU Victor Ângelo, em declarações no Fórum TSF
Corpo do artigo
Os protestos que os estudantes estão a fazer em várias cidades da Europa e dos Estados Unidos em defesa do fim da ofensiva israelita na Faixa de Gaza "têm um peso político muito grande", considerou, em declarações no Fórum TSF, Victor Ângelo, ex-secretário-geral-adjunto da Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, os movimentos estudantis, sublinhou, "influenciam, evidentemente, quer a Casa Branca quer a opinião pública americana e internacional".
Entre as várias manifestações que estão a acontecer, há estudantes acampados desde esta terça-feira na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa e que prometem permanecer até que seja declarado um boicote a Israel. Também os alunos da Universidade do Porto vão acampar, ainda a partir desta quarta-feira, em frente ao edifício da reitoria.
Os protestos repetem-se por várias cidades europeias, como Paris (França), Berlim (Alemanha), Amesterdão (Países Baixos) ou Genebra (Suíça), em alguns casos reprimidos pelas forças policiais e com detenções de dezenas de ativistas.
Por outro lado, Victor Ângelo criticou, no Fórum TSF, a comunidade internacional pela forma como olha para a Rússia e para Israel: "Na Europa é fundamental que se compreenda que não se pode ter uma política de dois pesos e de duas medidas. Ou seja, não se pode estar, em relação à Rússia, a invocar constantemente a lei internacional e, em relação a Israel, ter uma política de mais aliança e de apoio do que uma política objetiva tendo em conta a lei internacional."
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 7 de outubro de 2023, que causou 1200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou já quase 35 mil mortos, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.
