“Deixem os cães em paz.” Três milhões podem ser mortos em Marrocos até ao Mundial 2030
A petição pública já tem mais de 65 mil assinaturas e tem como objetivo impedir a morte dos cães de rua em Marrocos antes do Mundial de futebol. Já foi também lançada uma campanha
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“Deixem os cães em paz.” É este o apelo feito pelo presidente da Animal Welfare Coalition (IAWPC), Les Ward, sobre a campanha contra a morte dos cães de rua em Marrocos até ao Mundial de futebol de 2030 que é organizado também por Portugal e Espanha. Em declarações à TSF, o líder daquela organização de defesa dos direitos dos animais estima que três milhões possam ser mortos nos próximos cinco anos.
O objetivo desta iniciativa passa por alertar as pessoas para o facto de estes animais serem “todos os dias baleados, envenenados, capturados e mortos”, práticas que são “inaceitáveis em quase todos os países, incluindo Portugal”, acrescenta o presidente da IAWPC.
O outro lado da campanha é sobre as crianças que assistem a “esta violência e estão a ficar traumatizadas”, o fim da “matança” e a ajuda ao Governo de Marraquexe para criar “um programa humano de gestão dos cães que seja humano” e que possa passar por esterilizar, vacinar e colocar chips aos cães, tal como explica Les Ward.
Ainda assim, a organização nunca teve uma resposta por parte do Governo marroquino. A FIFA e as federações ibéricas de futebol também "continuam em silêncio".
Contactada pela TSF, a Federação Portuguesa de Futebol ainda não deu uma resposta sobre o caso.
Mesmo sem uma explicação, Les Ward diz acreditar que, quando as pessoas estiverem “conscientes” de que vão “morrer três milhões de cães só para que possa ser jogado um jogo de futebol em 2030”, o caso vai ganhar força e Marrocos seja obrigado a tomar medidas.
A IAWPC não quer impedir que aquele país africano organize o Mundial, aquilo que quer é que “deixem os cães em paz".
Em Portugal, a SOS Animal já tinha conhecimento desta situação. Sandra Cardoso, que faz parte daquela organização, refere à TSF que a morte dos cães em Marrocos só tem uma explicação: foram as pessoas que “provocaram este problema” porque “os animais domésticos, os cães e os gatos, estão nas ruas por negligência”.
Sandra Cardoso garante que se nada for feito por quem organiza o Mundial será “uma pena” porque a “população gosta e segue o futebol como uma coisa importante” e, por isso, podiam funcionar como “veículos de informação, formação e sensibilização” para temas como os "direitos dos animais, humanos e ambientais”.
