"Para resolver crise climática." Ativistas atacam várias sedes partidárias com tinta
Um grupo de ativistas escreveu frases relacionadas com a defesa do clima, nas últimas horas, nas paredes de edifícios partidários.
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O movimento Fim ao Fóssil 2023 fez um novo ataque, esta sexta-feira de manhã, a várias sedes partidárias. O ataque está a ser reivindicado pelo movimento através de um comunicado.
"Eleições em 2024 dão mandato até 2028. O último mandato para resolver crise climática. Não ter agora um plano para fim ao fóssil até 2030 é condenar o nosso futuro. É condenar milhões à morte, Em Portugal, já começamos a sentir os efeitos desta crise. E vão ser cada vez mais frequentes e intensos enquanto nada fizerem", pode ler-se no comunicado do movimento.
A sede do Partido Socialista foi uma das que foi alvo de ataque por parte dos ativistas.
Já o PSD vai apresentar queixa depois de a sede do partido ter sido vandalizada com frases relativas às alterações climáticas. Durante uma ação de campanha em Lisboa, o secretário-geral do partido, Hugo Soares, deixou um apelo aos ativistas.
"Queria mesmo pedir aos ativistas climáticos que possam fazer a sua luta, lutar pelas suas causas, mas com respeito pelos outros. É assim que temos estado nesta campanha eleitoral e queríamos, evidentemente, lamentar aquilo que está a acontecer. Creio que, segundo me dizem, já há alguns vídeos nas redes sociais dos autores a reivindicarem o que fizeram e evidentemente que vamos apresentar queixa porque, em primeiro lugar, é uma agressão ao património e, em segundo lugar, não podemos compactuar com este tipo de comportamente. Mas com muita serenidade e continuando esta campanha eleitoral até domingo colocando também as alterações climáticas no topo das nossas prioridades", pediu Hugo Soares.
O social-democrata disse que o PSD já mandou lavar os muros e os portões da sede, mas a tinta não sai. Por isso, as paredes vão ter de ser pintadas novamente o que, segundo o secretário-geral, gasta tinta e prejudica o ambiente.
O Bloco de Esquerda também já confirmou que a sua sede em Lisboa foi pintada com frases. Já a Iniciativa Liberal disse à Lusa que não foi alvo desta ação.
O Livre foi outro dos partidos que viu a sua sede atacada. Os ativistas acusam o partido liderado por Rui Tavares de "não ter propostas".
No comunicado, os ativistas afirmaram que a sede do Chega não será atacada por não ser merecedora de "nenhuma mensagem política".
"Não passa do cão de guarda do sistema fóssil. O ódio e sistemas de opressão que o partido representa são sintomas do sistema fóssil que coloca o lucro acima da vida e estão ao serviço dele", justificam na mesma nota.
No entanto, o partido liderado por André Ventura partilhou imagens da sede pintada e dizem que nem o gato que têm como mascote escapou ao ataque.
Assim, praticamente todas as sedes partidárias foram atingidas. No caso do PCP, a tinta não foi usada na sede, mas no Centro de Trabalho Vitória, na Avenida da Liberdade, em Lisboa. Um outro edifício que também pertence ao partido.
Com este protesto, os estudantes afirmam estar a responsabilizar os partidos pela sua falta de planos para o fim ao fóssil até 2030.
"Eleições em 2024 dão mandato até 2028. Este é o último mandato para resolver crise climática. Não ter agora um plano para fim ao fóssil até 2030 é condenar o nosso futuro. É condenar milhões à morte", refere Matilde Ventura.
Na nota, a porta-voz da ação diz, referindo-se ao aproximar do 50.º aniversário do 25 de Abril, que a "inação dos partidos está a pôr em causa os direitos que esta revolução ganhou".
"Em colapso climático não há paz, pão, saúde, habitação ou educação. A democracia é uma luta constante e os partidos estão todos a falhar", sublinhou a estudante.
Os estudantes prometem que "não vão dar paz" às instituições de poder que não estão a garantir o fim ao uso dos combustíveis fósseis até 2030.
Por isso, adiantam que esta primavera vão mobilizar estudantes nas escolas para "uma onda de ações em maio a que chamam Primavera Estudantil Pelo Fim ao Fóssil".
"Não dizemos que não se deve votar no dia 10. Dizemos que isso não chega. A nossa luta vai fazer-se nas escolas e nas ruas. Sabemos que estamos do lado certo da história", refere.
Notícia atualizada às 12h07