“Adolescência”: série leva governo britânico a fazer análise profunda sobre telemóveis nas escolas
O Reino Unido já tinha em vigor uma lei que proíbe a utilização de smartphones nos recintos escolares, mas a falta de controlo deixou uma governante frustrada. Um grupo de escolas vai ser monitorizado com o objetivo de identificar estratégias mais eficazes para a fiscalização e entender os desafios enfrentados
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Em apenas quatro episódios, a minissérie britânica "Adolescência" retrata a violência entre os jovens no Reino Unido, associada a ideias difundidas em vários canais digitais. Os diretores, Jack Thorne e Stephen Graham, pretendem levá-la à Câmara dos Comuns, mas o governo britânico já está a trabalhar no caso.
Segundo o The Guardian, a ministra britânica das Mulheres e da Igualdade, Bridget Phillipson, vai iniciar uma análise profunda relativamente à proibição do uso de smartphones nas escolas em Inglaterra.
O Reino Unido, em fevereiro deste ano, já tinha avançado com uma lei que proíbe o uso de telemóveis nos recintos escolares, mas, agora, um grupo de escolas vai ser monitorizado pelo departamento de Educação, sendo alvo de uma análise detalhada da pesquisa nacional sobre comportamento nas escolas. O objetivo é identificar as estratégias mais eficazes para fiscalizar as proibições e entender os desafios enfrentados pelas instituições de ensino.
As diretrizes apresentadas em fevereiro apontavam que "todas as escolas devem proibir a utilização de telemóveis durante todo o dia escolar - não só durante as aulas, mas também nos intervalos e na hora do almoço", ainda que não especifiquem como as escolas devem atuar.
A falta de controlo sobre as orientações terá frustrado Bridget Phillipson. A monitorização incidirá nisso mesmo, de forma a perceber quantos estabelecimentos de ensino têm as proibições em vigor, como as implementam e qual o impacto que as medidas estão a ter no comportamento dos alunos.
Criadores já queriam a série no parlamento britânico
"O que é que faria se o seu filho adolescente fosse acusado de homicídio?" Esta é a pergunta de partida para a série da Netflix que lidera os tops da plataforma de streaming. Lançada a 13 de março, a minissérie britânica já conquistou milhões de espectadores, mas também críticos de cinema e até o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
O drama é dirigido por Philip Barantini e escrita por Stephen Graham e Jack Thorne. A série segue a história de Jamie Miller (interpretado por Owen Cooper), um adolescente de 13 anos acusado de assassinar uma colega de escola.
Tudo começa quando o jovem é detido pelas autoridades, perante o olhar desesperado e surpreso dos pais e da irmã. Ao longo dos quatro episódios, a família, o terapeuta e o detetive responsável pelo caso, começam a questionar a inocência do adolescente.
No entanto, esta minissérie é muito mais do que um mero sucesso. O aumento da violência entre os jovens no Reino Unido foi um dos motivos que levou os criadores de "Adolescência" a mergulhar numa história tão sombria, que não se afasta muito da realidade vivida atualmente.
Jack Thorne pediu para que a minissérie fosse exibida no parlamento britânico e afirmou que deveriam existir mais restrições nas redes sociais para os pré-adolescentes.
Esta quarta-feira, o primeiro-ministro britânico revelou que, juntamente com a sua família, também estava a acompanhar a trama: "Tenho um rapaz de 16 anos e uma rapariga de 14. É um drama muito bom de ver", referiu.
