Portugal como alvo do Irão? O que aterrou nas Lajes foram aviões de reabastecimento, seria "diferente" se fossem as aeronaves B-2
Opinião contrária tem a vereadora de Lisboa Paula Marques. No Café Duplo da TSF, considera que Portugal vai sofrer "consequências" por ter autorizado a utilização das Lajes para reabastecer mais aviões norte-americanos, antes do ataque ao Irão
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Depois da luz verde dada pelo Governo português aos Estados Unidos para usarem a Base das Lajes, cresce a preocupação de que Portugal possa ser um alvo do Irão. Uma possibilidade que na TSF o presidente do Observatório de Segurança e Defesa da Sedes, major general João Vieira Borges, afasta.
Uma coisa é saírem daqui as aeronaves B-2 que vão desenvolver o ataque. Outra coisa muito diferente é haver aeronaves de reabastecimento aéreo que saem da nossa base, que é algo que se faz com grande frequência.
O Ministério da Defesa revelou este domingo que os EUA pediram autorização prévia para usar a Base das Lajes, nos Açores, para o estacionamento ou trânsito de 12 aviões militares na passada quarta-feira, 18 de junho, sendo que Portugal acedeu ao pedido.
Por sua vez, a vereadora independente da Câmara de Lisboa Paula Marques discorda, considerando que Portugal vai sofrer "consequências" por ter autorizado a utilização das Lajes para reabastecer mais aviões norte-americanos, antes do ataque ao Irão. "É quase risível" achar que não há relação entre esta manobra e "a entrada dos Estados Unidos na guerra" no Médio Oriente. No Café Duplo da TSF, defende que a atitude do Executivo de Montenegro devia merecer "reservas" de todos os quadrantes políticos.
A Base das Lajes estava praticamente inoperacional, sem grande intervenção e sem grande utilização e, de repente, há esta necessidade, portanto, sim, haverá consequências.
Opinião contrária tem Manuel Monteiro. Também no Café Duplo da TSF, o antigo líder do CDS sublinha que o Governo não tinha alternativa: "Tanto quanto sei, as reservas que se colocaram foram apenas no sentido de saber se os norte-americanos tinham pedido autorização ao Governo português e o Governo português já veio dizer que sim. Portanto, problema resolvido. Fez bem. É um aliado. Estamos a falar de aviões de reabastecimento, portanto, creio que nenhuma outra solução se colocava ao governo português."