Marta Temido vê nomeação de Costa para o Conselho Europeu com “satisfação e esperança”
Eurodeputada eleita sublinha, em declarações à TSF, que o antigo primeiro-ministro não vai ter “vida fácil” em Bruxelas face aos desafios que a União Europeia enfrenta.
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A eurodeputada socialista eleita, Marta Temido, assinala com “satisfação e esperança” a nomeação de António Costa para a presidência do Conselho Europeu. O nome do antigo primeiro-ministro teve a aprovação dos 27 estados-membros e irá assumir um mandato de dois anos e meio. Questionada pela TSF, Marta Temido sublinha que António Costa não vai ter uma “vida fácil” à frente do Conselho Europeu, até agora presidido pelo belga Charles Michel.
“Aquilo que espera o presidente do CE no próximo mandato é um cenário de grande dificuldade ao nível daquilo que é hoje o contexto que a Europa vive, não só pelas circunstâncias geopolíticas conhecidas, mas também pelos desafios das próprias forças políticas que se desenham como governos em alguns dos Estados-membros”, alerta a eurodeputada socialista.
Marta Temido elogia a capacidade de negociação de António Costa, que irá pôr em prática nas reuniões dos chefes de Estado e de Governo da UE. “Tive o privilégio em trabalhar com António Costa em três dos seus governos, num governo ainda da geringonça e nos dois governos que se seguiram, mas ao longo desses quatros, foi possível testemunhar de perto, a capacidade desenhar, aproveitar e implementar com outras forças políticas, mas também a capacidade à frente da presidência da UE, em 2021, num período muito difícil ainda da crise covid”, lembra.
Sobre a escolha para a continuidade de Ursula von der Leyen à frente da Comissão Europeia e de Kaja Kallas para chefe da diplomacia, Marta Temido afirma que ainda é “prematuro” tomar uma posição, já que estas escolhas têm de passar por uma votação do Parlamento Europeu. A eurodeputada garante que, no quadro dos socialistas europeus, tudo será negociado e, tal como afirmou na campanha, os objetivos estão bem definidos: resolver a “crise da habitação”, “emprego” e “confiança das gerações nos valores da esquerda europeia, “crise climática”, “mundo digital” e “estado de direito”.