"Nunca pensei que fosse possível." Três meses depois de partir o cotovelo, Vanessa Marina apura-se para os Jogos Olímpicos
Em entrevista à TSF, a b-girl de Leiria aponta a uma surpresa em Paris
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“É um sonho que nunca pensei que fosse possível.” Vanessa Marina não esconde a estupefação pelo apuramento olímpico, na modalidade de breakdance, alcançado no domingo, em Budapeste, na Hungria.
A atleta de Leiria garantiu o passaporte para os Jogos de Paris com o 11.º lugar na última etapa da qualificação, o que lhe permitiu terminar no nono lugar do ranking. Dezasseis atletas de cada género asseguram a presença.
Em entrevista à TSF, Vanessa Marina fala de um apuramento “longo”, com “muitas provas e pontuações”. A b-girl - nome dado a uma praticante de breakdance - terminou o último ano “muito bem”, até sofrer um revés em março. “Parti o cotovelo e tive de dar uns passos atrás. Fiquei um bocadinho sem esperança, mas foi talvez o facto de não ter pensado no apuramento que fez com que me saísse tão bem”, confessa.
A limitação não a impediu de continuar a praticar. Mesmo com o braço imobilizado durante quatro semanas, teve “sempre a treinar” e até contou com a ajuda de treinadores que vieram de outros países.
Depois do feito alcançado, Vanessa Marina entra em prova no dia 9 de agosto, na Praça da Concórdia. O objetivo passa por “tentar ir o mais longe possível”. “Agora ninguém me aguenta (…) Acho que consigo fazer muito estragos em Paris. Sou muito diferente das outras adversárias. Pode haver uma surpresa”, perspetiva.
O breakdance estreia-se nos Jogos de Paris, mas não faz parte do programa olímpico para Los Angeles 2028. Por esse motivo, aos 32 anos, a qualificação para a próxima edição era uma espécie de “agora ou nunca”. Ainda assim, espera que a organização se “arrependa” e que a modalidade esteja presente em Brisbane, em 2032.
“O breakdance é a junção do desporto com a arte. Como Einstein dizia, 'Os bailarinos são atletas de Deus'. Trazemos um bocado da parte espiritual, da conexão com a música, da paixão, da personalidade e depois há a parte atlética da preparação”, explica.
