Chegou a ser dado como em fase de rescaldo, mas ainda há fogo em Vila Real. Aldeias já não estão em risco
As autoridades estão a avaliar "um reforço de efetividade de meios terrestres"
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O incêndio no concelho de Vila Real chegou a ser dado como em fase de rescaldo, mas continua a lavrar. O incêndio que começou na noite de sábado envolve mais de 400 bombeiros e sete meios aéreos, mas já não há aldeias em risco.
"Temos a registar três estradas interrompidas: a Estrada Municipal 1211, entre Gontães e Vila Cova; a Estrada Municipal 564 entre o Gontães e Pena; e a Estrada Nacional 304, entre Alto do Velão e Ermelo. Tivemos algumas aldeias durante a manhã em que teve que haver confinamento das populações, Ermelo e Pardelhas, neste momento, sem perigo e sem impacto que tenha resultado para as populações. O incêndio desenvolve-se na área de dois concelhos, no concelho de Vila Real, onde temos dois destes setores, e no concelho de Mondim de Basto, onde está o setor mais ativo", disse o comandante Miguel David.
A zona deste incêndio é de montanha e há muito vento: "Hoje estamos a avaliar um reforço de efetividade de meios terrestres, manter-se os meios aéreos, mas obviamente que os principais desafios é a orografia deste terreno e as condições meteorológicas que se fazem sentir. Temperatura elevada, com ventos, com rotação bastante frequente, o que dificulta o trabalho de todos operacionais neste terreno. "
Nestas declarações, o comandante Miguel David deixa um pedido que nunca é demais repetir.
"Que evitem comportamentos de risco naquilo que seja a utilização de máquinas de trabalhos na área agrícola, de trabalhos na área de floresta. E este tem que ser um verdadeiro desígnio nacional, tolerância zero a qualquer ignição, porque perante estas condições meteorológicas, o dispositivo está a ser alvo de um grande esforço por parte de todas as entidades. Nós temos aqui o INEM, temos aqui a GNR, temos os corpos de bombeiros, temos o ICNF, temos outras entidades que estão presentes neste teatro de operações. Como sabem, na região Norte, mas também noutras regiões do país, há bastantes ocorrências a fazer uma solicitação de meios e é importante que o cidadão, o principal agente de proteção civil, contribua também para este nosso verdadeiro desígnio", apela.
O presidente da União de Freguesias de Ermelo e Pardelhas, em declarações à TSF, acredita que o pior já terá passado,
"Toda a noite ardeu porque passou de um concelho para o outro, passou do concelho de Vila Real para o concelho de Mondim de Basto ardeu toda a noite à vontade e, claro, toda a manhã. Agora, os meios aéreos já voltaram, porque ele depois também foi em direção a uma aldeia. Aí é que estava mais complicado", conta.
As aldeias de Ermelo e Pardelhas estiveram confinadas devido ao incêndio de Vila Real, mas não foi necessário retirar ninguém das povoações. José Ferreira da Mota reconhece que a situação esteve complicada e que a proteção civil alertou as populações para a necessidade de terem de sair das casas.
"É uma área bastante grande e se não houver uma atenção pelos bombeiros é claro que pode reacender a qualquer momento. Nem tudo ardeu, há uma mata de pinhal com oito anos que aquilo se entrar lá vai tudo, embora, por acaso, não chegou lá e é que é mesmo na área do Ermelo", explica.
José Ferreira da Mota pede atenção redobrada para os próximos dias.
