Adão e Silva responde a ministra: "Tem tido como únicas formas de afirmação exonerar dirigentes e lançar injúrias graves"
Em resposta à TSF, o ex-ministro da Cultura disse que espera responder no Parlamento a "todas as questões" levantadas pela atual ministra
Corpo do artigo
O ex-ministro da Cultura Pedro Adão e Silva criticou esta quarta-feira a sucessora Dalila Rodrigues por "lançar injúrias graves", esperando "o mais rapidamente possível" ser chamado ao Parlamento para esclarecer as questões sobre o Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.
Em resposta à TSF, Pedro Adão e Silva, que está fora do país, disse que não conseguiu acompanhar a audição da ministra da Cultura na comissão parlamentar sobre a exoneração da presidente da Fundação CCB, mas chegaram-lhe "relatos". Desses "relatos", o ex-ministro regista que "a senhora ministra tem tido como únicas formas de afirmação exonerar dirigentes, desmantelar o trabalho feito e, agora, lançar injúrias graves. Essa postura tem sido muito prejudicial para as políticas culturais e explica o abandono que o setor sente".
Em causa estão as declarações da ministra da Cultura, que acusou esta quarta-feira o seu antecessor de ter feito um "assalto ao poder" no CCB, garantindo "que se acabaram os compadrios naquela instituição".
Pedro Adão e Silva quer agora ser "o mais rapidamente possível chamado à Assembleia da República, para esclarecer todas as questões, em particular sobre o CCB", uma instituição que, acrescentou, encontrou "capturada pelo senhor José Berardo e de costas voltadas para as artes performativas".
O Ministério da Cultura exonerou em 29 de novembro a presidente do conselho de administração da Fundação CCB, Francisca Carneiro Fernandes, anunciando a nomeação para o cargo de Nuno Vassallo e Silva.
Francisca Carneiro Fernandes foi exonerada nas vésperas de completar um ano como presidente da Fundação CCB, cargo para o qual tinha sido escolhida pelo anterior ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.
Entretanto, Francisca Carneiro Fernandes anunciou esta quarta-feira que vai "intentar uma impugnação deste ato administrativo", que considera ilegal.