Luís Montenegro assume que Portugal precisa de mais composições e de maior operacionalidade
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O secretário-geral do PS acusou esta quarta-feira o Governo de pretender ceder material circulante da CP para a linha ferroviária de Setúbal explorada pela Fertagus. Estas acusações foram feitas por Pedro Nuno Santos no debate quinzenal com o primeiro-ministro.
"O que vai fazer para resolver o problema que temos linha ferroviária entre Setúbal e Lisboa, e é verdade que o Governo pediu comboios à CP para ceder a Fertagus?", questionou o secretário-geral do PS.
Na resposta, o primeiro-ministro assumiu que Portugal precisa de mais composições e de maior operacionalidade, designadamente nessa linha em concreto.
"Para isso, é preciso fazer os investimentos que não foram feitos até aqui. E é preciso ir procurar dentro das possibilidades onde há material circulante disponível", justificou o primeiro-ministro, já depois de ter feito uma alusão ao facto de Pedro Nuno Santos, enquanto ministro socialista, ter tutelado este setor.
Em relação à linha ferroviária de Setúbal, o primeiro-ministro frisou que o proprietário "é o Estado" e, como tal, "se houver alguma composição na posse da CP que possa ser direcionada para esta linha, tanto melhor".
"Se não houver, temos de aguardar a possibilidade de ir ao mercado comprar", alegou.
Pedro Nuno Santos reagiu a esta posição do primeiro-ministro, dizendo que o Governo "tomou uma decisão sem ter acautelado se tinha ou não material circulante disponível - e não é assim que se governa".