"Crime de lesa-pátria." Associação denuncia "total abandono" das antigas instalações do Regimento de Lanceiros
Em declarações à TSF, o presidente da Associação de Veteranos Lanceiros aponta o dedo ao Estado português e refere que o Ministério da Defesa e as Forças Armadas já foram alertados, mas nada foi feito até agora. Por isso, Fernando Rego renova o alerta
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Um "crime de lesa-pátria" no coração de Lisboa e que humilha os lanceiros de Portugal. O alerta é da Associação de Veteranos Lanceiros de Portugal, que está preocupada com o estado das antigas instalações do regimento de lanceiros n.º 2, na Calçada da Ajuda, a poucos metros do Palácio de Belém. Em declarações à TSF, o presidente da associação, Fernando Rego, denuncia o abandono e a degradação das instalações.
"Desde 2015, quando a unidade foi transferida para a Amadora, o abandono foi crescendo. Em 2018, foi anunciado o campus da Defesa, mas até hoje não foi concretizado. Portanto, o Estado português descurou totalmente a gloriosa história dos lanceiros de Portugal", explica à TSF Fernando Rego, sublinhando que as instalações "estão totalmente abandonadas e descaracterizadas de uma forma obscena".
"Nós próprios sentimo-nos abandonados e humilhados, porque continua a haver furtos de azulejos que depois são vendidos nas feiras de velharias, continua a haver intrusões", descreve, apontando o dedo ao Estado português.
A Associação de Veteranos Lanceiros de Portugal já alertou o Ministério da Defesa e as Forças Armadas, mas nada foi feito. Por isso, Fernando Rego renova o alerta: "Que o Estado português, as Forças Armadas portuguesas e as unidades militares tenham mais respeito pelos antigos militares que serviram a pátria. Nós estamos extremamente determinados em salvaguardar o espírito lanceiro através do nosso lema 'morte ou glória', ou seja, enquanto houver um lanceiro vivo, nós não iremos permitir que este crime de lesa-pátria continue a acontecer."
O quartel do regimento de lanceiros n.º 2, na Calçada da Ajuda, começou a ser construído no final do século XVIII. O monumento está incluído na Zona Especial de Proteção do Palácio Nacional de Belém.