Crónica: um dos maiores ataques de Israel contra Beirute pretendia matar Nasrallah
O balanço provisório do bombardeamento de Israel contra o sul de Beirute é de 300 mortos
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Uma enorme explosão abalou esta tarde a cidade de Beirute, no Líbano, como consequência de um dos maiores ataques de Israel de que há memória nos últimos anos. O bairro de Harek Hreik, a sul da capital libanesa, foi epicentro do bombardeamento que pretendia atingir o quartel-geral do Hezbollah, onde alegadamente estaria o líder desta organização, Hassan Nasrallah.
Para já, não há um número oficial de vítimas mas o balanço das autoridades israelitas é de 300 mortos. Junto ao local do ataque, onde cerca de meia dúzia de prédios foram completamente destruídos, era visível uma coluna de fumo. Durante horas, centenas de ambulâncias, socorristas e militares entravam e saíam do perímetro estabelecido por voluntários. Várias mulheres chegavam ao bairro de lágrimas nos olhos num dia trágico na capital libanesa.
Os rumores da suposta morte de Hassan Nasrallah continuam a circular entre os meios de comunicação israelitas. Contudo, várias fontes próximas do Hezbollah garantem que o seu líder estará vivo.
Segundo Telavive, no momento do ataque estaria em curso uma reunião com altos dirigentes da organização alegadamente com a presença do líder da Guarda Revolucionária iraniana para o Líbano e para a Síria.
O que é certo é que imediatamente o Irão anunciou que este ataque representou uma mudança no jogo. Sem explicar o que significa isso na prática, o facto é que foram sempre tímidas as respostas aos ataques israelitas à embaixada iraniana em Damasco, ao assassinato do líder do Hamas no Irão, ao atentado massivo com pagers e walkie talkies contra o Hezbollah e à eliminação de importantes dirigentes da organização xiita.
A esta hora milhares de pessoas fogem apressadamente das suas casas no sul de Beirute. Esta é a consequência do anúncio de Israel ao princípio desta noite de que a sua Força Aérea iria bombardear esta zona da capital libanesa, o que já está a acontecer.
Para já, aumentou o número de países a pedir aos seus cidadãos que abandonem imediatamente o Líbano como foi o caso da Índia que se juntou aos Estados Unidos e a vários países europeus como Portugal.