O líder do PS atira também: “A exigência de transparência nunca fez mal a ninguém"
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Pedro Nuno Santos rejeita que exista um “ambiente de suspeição face aos políticos”, como alega o presidente da Assembleia da República, e considera que “os bons da política” são os que não têm medo do escrutínio. O secretário-geral do PS reforça que o primeiro-ministro tem de responder às dúvidas da oposição sobre a empresa familiar que está na posse da mulher e dos filhos e nota que o Governo estava “mal-habituado”.
“A exigência de transparência nunca fez mal a ninguém. A conversa de que pedir transparência e escrutínio é retirar os bons da política, quer dizer, os bons na política são exatamente aqueles que não têm medo da transparência e do escrutínio”, responde, quando questionado sobre as declarações da segunda figura do Estado, José Pedro Aguiar-Branco.
E o líder do PS dá o próprio exemplo: “Eu já tive muitas perguntas desagradáveis às quais tive de responder, isso é da vida de quem vem para esta atividade.”
Pedro Nuno Santos alerta ainda que “a exigência de transparência não deve ser deixada para os partidos do extremo”, distinguindo “o populismo, as mentiras e a exploração da vida privada” da “transparência e a resposta a perguntas fundamentais”.
Perguntas, desde logo, que o PS dirigiu ao primeiro-ministro sobre a empresa familiar de Luís Montenegro. O PS quer saber quais são os clientes, mas o primeiro-ministro recusa responder. Pedro Nuno Santos garante que o partido “vai avaliar o que pode fazer mais”, embora uma comissão parlamentar de inquérito, como ameaça ao Chega, não seja solução.
Pedro Nuno Santos responde também ao Governo que, num artigo no Observador, justifica os vários casos a envolver ministros e secretários de Estado com “interesses no setor imobiliário e nos media”: “Estavam mal-habituados.”
“Podem acusar o PS de muita coisa. Eu não me lembro de o PS ter criado esta ideia em off quando tivemos um ano com uma cobertura jornalística muito intensa. E, portanto, o Governo acho, sinceramente, que estava mal-habituado”, acrescentou.