Chuva fez aumentar reservas de água no Algarve: seis albufeiras com uma capacidade média de 80%
A barragem de Odeleite é a que apresenta a maior capacidade, já que se encontra apenas a 5% do valor máximo de armazenamento. Já a de Odelouca está a pouco mais de 20% da capacidade total
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A chuva que caiu nos últimos meses deixou as seis principais albufeiras do Algarve com uma capacidade média de armazenamento de 80%. A informação foi avançada este sábado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), numa nota a que a TSF teve acesso.
As barragens que abastecem a Região do Algarve têm agora um volume de 358 hm3, o que corresponde a 80% da capacidade total de armazenamento. No mesmo período em 2024, a capacidade destas albufeiras rondava os 36%. O valor assinalado este ano representa “quase três anos de consumo” da região, segundo o presidente da APA.
Em comparação com o período homólogo, houve uma subida dos níveis de água de quase 50%.
O documento mostra ainda que a barragem de Odeleite é a que apresenta a maior capacidade, já que se encontra apenas a 5% do valor máximo de armazenamento. Já a de Odelouca está a pouco mais de 20% da capacidade total.
O responsável da APA sublinhou a necessidade de nos próximos anos a região se manter focada em executar os projetos já em curso, como combater as perdas de água na atual rede de distribuição ou acelerar o processo de passar a usar a água das ETAR (Estações de Tratamento de Águas Residuais) para regar os campos de golfe e os jardins.
“Isto é uma questão fundamental. Não faz sentido usar a água que nós temos para regar golfe, nem jardins”, insistiu Pimenta Machado.
O presidente da APA também referiu os projetos em curso de reforço do armazenamento de água, como o da construção da central de dessalinização no concelho de Albufeira e a obra de captação de água no Pomarão, no concelho de Mértola (Alentejo), e a construção de uma conduta até à albufeira de Odeleite, no concelho de Castro Marim (Algarve).
Quanto ao Barlavento (oeste) algarvio, está a ser estudada uma ligação, via Santa Clara, no Alentejo, “para dar uma maior resiliência” a esse lado do Algarve.
Outros projetos em curso incluem o estudo da eventual construção da barragem de Alportel ou do projeto para a nova barragem de Foupana.
“O Algarve neste momento está muito mais tranquilo, mas é neste momento em que está mais tranquilo que temos de tomar boas decisões para nos prepararmos para os anos futuros”, disse o presidente da APA.
Pimenta Machado referiu que o Algarve armazenou nos últimos meses mais 200 hectómetros cúbicos de água em comparação com o ano passado, tendo agora reservas para “quase três anos”.
Quanto às barragens que até há pouco tinham menos água, a da Bravura está agora a 49% da sua capacidade, quando em dezembro estava a 11%, e a do Arade com 58%, quando há poucos meses era a única do país abaixo dos 10%, referiu o dirigente da APA.
Pimenta Machado adiantou ainda que devem ser suspensas “muito em breve as descargas preventiva” feitas nos últimos dias nas barragens de Odeleite (97%) e Beliche (92%).
