Pedro Nuno sai no sábado, Carneiro quer eleições "o mais rápido possível" e Santos Silva pede "cabeça fria" ao PS
A vitória eleitoral vai para a AD, o PS e o Chega ficam com o mesmo número de deputados. O Presidente da República, que começa a ouvir os partidos esta terça-feira, admite formação de Governo antes de 10 de junho
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Em entrevista à SIC Notícias, Hugo Soares destaca o resultado da AD nas legislativas deste domingo e afasta a possibilidade de o partido ser "engolido" pelo Chega.
"A AD vai a eleições e reforça o seu resultado. Elege mais deputados, uma margem maior do que ganhou a última eleição. Eu vou colocar o cenário, perante os portugueses, que eu quero conquistar esses votos de descontentes que votaram no Chega? Eu vou colocar o cenário de o Chega engolir a AD só porque engoliu o PS? Era o que mais faltava", afirma.
Hugo Soares atira farpas ao PS e nota que os portugueses "reforçaram a confiança" em Luís Montenegro, que lidera há apenas 11 meses: "Se governarmos quatro anos, temos condições para crescer muito mais."
Sobre as eleições no PS, Hugo soares espera que se José Luís Carneiro for eleito, inaugure uma fase mais responsável no partido.
O antigo presidente do parlamento Augusto Santos Silva defendeu esta segunda-feira que o PS deve ter “cabeça fria” e uma “direção plenamente legitimada o mais depressa possível”, considerando que o partido deve inviabilizar qualquer tentativa de derrubar um governo da AD.
Em entrevista à CNN Portugal, José Luís Carneiro deixa uma palavra de agradecimento a Pedro Nuno Santos e destaca a "dignidade" do secretário-geral do PS ao anunciar publicamente que iria abandonar o cargo, após o resultado do partido nas legislativas.
José Luís Carneiro recusa atribuir culpas à liderança socialista pelos resultados na noite eleitoral e insiste: "O PS tem uma responsabilidade fundamental com o país."
O também ex-ministro da Administração Interna fala numa "eventual" recandidatura a secretário-geral do PS e assume disponibilidade para "servir o PS e o país, como sempre". José Luís Carneiro adianta que tem estado em diálogo com Carlos César e defende que as eleições devem acontecer "o mais rápido possível", de forma a acabar com o “vazio político" causado pela derrota nas legislativas.
"É necessário escolher a liderança parlamentar."
O socialista defende ainda que "o PS deve ser um fator de estabilidade e de confiança no futuro" e, por isso, deve ser capaz de "assentar compromissos que imponham um ritmo de reforma” em áreas estratégicas com a AD. No entanto, afasta o cenário de um bloco central: "Não é necessário" e seria "prejudicial".
O socialista Miguel Prata Roque deixou esta segunda-feira críticas ao PS, considerando que o partido é dirigido por uma pequena elite que apenas desempenhou cargos políticos ao longo da vida. Prata Roque enviou esta tarde um comunicado às redações, onde refere que o PS funciona em circuito fechado e que está apenas focado na manutenção de pequenos poderes pessoais. Em declarações à TSF, o socialista disse que tudo isto explica o resultado do PS nestas legislativas.
Em declarações à TSF, Adalberto Campos Fernandes garante que o PS entra em "enormes dificuldades" sempre que se afasta do "território da moderação". Depois do "desastre eleitoral enorme", o partido deve "redefinir e repensar" a sua estratégia e só depois procurar um "protagonista que interprete bem" esses valores.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, admite a possibilidade de que o Governo possa ser formado já antes do primeiro feriado de junho, dia 10. Ainda assim, nota que o facto de haver várias datas assinaladas nesse mês possa atrasar o calendário governativo.
O chefe de Estado lembra que, da última vez, demorou "cerca de um mês" para que o vencedor das eleições legislativas pudesse tomar posse. Ainda assim, ressalva que o mês de junho é repleto de feriados e isso pode atrasar o calendário.
"Aqui, a dúvida é que há o 10 de junho e uma série de feriados. Se for possível ter pronto antes, muito bem. Se não, ficará para logo a seguir aos feriados", esclarece.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinha que o calendário político português já é de si "muito lento", porque é preciso esperar que a Assembleia da República seja composta e só depois é que avança a nomeação do Governo. Neste momento, estão ainda por apurar os resultados eleitorais da emigração, que deverão ser conhecidos dia 28 de maio. A partir daí, será possível ter "uma ideia muito clara de qual é o calendário seguinte".
Questionado sobre os jornalistas sobre a razão pela qual decidiu ouvir os partidos com maior tempo entre eles, Marcelo garante que a justificação é "muito simples".
"A lição do passado foi a de que era muito curto o período de uma hora e daí eu ficar com duas horas com cada um deles. Uma hora era insuficiente para apreciar os resultados eleitorais e posicionar cada partido", argumenta.
O Presidente vai ouvir os partidos eleitos até sexta-feira, mas destaca que "provavelmente ainda haverá para a semana que vem uma nova hipótese ouvir os partidos que são mais determinantes em relação ao arranque da formação do Governo, que são os partidos da coligação (PSD e CDS) e o PS o Chega". O objetivo é também perceber como cada um se posiciona na eventualidade uma moção de rejeição.
Marcelo Rebelo de Sousa nota ainda que, no caso do PS, há uma "substituição de liderança" e, por isso, é "importante" que o partido tenha tempo para perceber quanto tempo levará a tomar uma decisão e qual o "posicionamento em relação ao Governo". No caso do Chega, importa saber se há ou não repercussão da votação dos emigrantes, que podem aumentar o número de deputados no partido liderado por André Ventura.
Rejeita, contudo, comentar condições de governabilidade porque só pode "saber depois de ouvir os partidos", mas reconhece que, "à primeira vista, não há razões para acreditar" que não exista vontade de diálogo.
O socialista Daniel Adrião, que já foi quatro vezes candidato a secretário-geral do PS, defende que Carlos César devia assumir a liderança do partido até às autárquicas, argumentando que é preciso "tempo para encontrar forças necessárias" para fazer uma "reforma profunda" e encontrar o novo secretário-geral.
Pedro Nuno Santos anunciou no domingo à noite a sua demissão do cargo de líder do partido, depois da derrota com estrondo do PS nas eleições legislativas, e convocou uma reunião com a Comissão Nacional política para o próximo sábado, onde será apresentada uma solução transitória.
Em declarações à TSF, Daniel Adrião revela acreditar que é Carlos César, atual presidente do PS, quem deve assumir a função de secretário-geral, de forma interina, até às eleições autárquicas. Adianta que é isso que vai defender na Comissão Nacional do partido por considerar que o que está em causa não é uma "questão cosmética".
O antigo líder parlamentar do Partido Socialista (PS) Jorge Lacão não diz quem prefere para ser o sucessor de Pedro Nuno Santos, o atual secretário-geral demissionário.
Em declarações à TSF, considera que o PS se apresentou na campanha eleitoral como um “partido de contrapoder” em vez de “um partido com vocação de Governo”. O militante socialista afirma ainda que os resultados eleitorais de domingo mostram que o país se esqueceu da história e avisa que o Partido Socialista tem de aproximar-se das novas gerações.
O dirigente nacional do Bloco de Esquerda, Ricardo Moreira, entende que Mariana Mortágua tem condições e "crédito" para se manter à frente do partido. Em declarações à TSF, afirma que agora vem aí um novo ciclo para a esquerda, onde é preciso "abrir novos caminhos".
E elogia o trabalho feito até a noite eleitoral:
Foi uma campanha porta a porta, em vez de grandes jantares. Falamos com milhares de pessoas nas suas casas.
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), destacou esta segunda-feira a “vitória claríssima da AD”, coligação PSD/CDS-PP, nas eleições legislativas de domingo e considerou que o crescimento do Chega é resultado do “afastamento das pessoas da política”.
O primeiro-ministro de Espanha, o socialista Pedro Sánchez, felicitou esta segunda-feira o presidente do PSD e líder do Governo de Portugal, Luís Montenegro, pela vitória nas eleições legislativas nacionais de domingo.
"Continuemos a trabalhar juntos pelo futuro da Península Ibérica e por uma Europa mais unida e próspera", escreveu Sánchez na rede social X, depois de dar os parabéns a Montenegro pela vitória.
Miguel Pinto Luz acusou, esta segunda-feira, Pedro Nuno Santos de "falta de humildade" no discurso de domingo. Em entrevista à TSF, o ministro das Infraestruturas falou da vitória da AD, reforçando o apelo de responsabilidade da oposição, e considerou que o discurso de demissão do líder socialista foi arrogante.
"Nunca assisti a um discurso de um líder derrotado com tão pouca humildade, tão pouca capacidade de autocrítica, tão pouca capacidade de, no momento da derrota, assumir essa derrota e tão pouca capacidade de saber estar na vida pública da mesma forma que tem de se saber sair da vida pública. Está agarrado à vida pública, disse-o ontem e vai ser isso que vai marcar os próximos tempos no Partido Socialista. Eu espero que o Partido Socialista volte a ser um grande partido da democracia portuguesa porque Portugal precisa", disse Miguel Pinto Luz, em declarações à TSF.
O ministro das Infraestruturas garantiu ainda que está disposto a dialogar com a oposição, mas assegurou que o "não é não" ao Chega mantém-se.
Depois do terramoto que atingiu o Partido Socialista (PS) na noite eleitoral de domingo, é tempo de procurar justificações pela perda de 20 lugares no Parlamento, mas também de olhar para o futuro: Marta Temido fala na "distância às preocupações centrais das pessoas", Vítor Ramalho admite preocupação com a possibilidade da direita rever a Constituição e diz que "reerguer o partido significa dialogar com todos, sem exceção". Pedro Nuno sai de cena e quem está "qualificado" para assumir a liderança é José Luís Carneiro, acredita Eurico Brilhante Dias.
Um acordo de incidência parlamentar, de preferência escrito. Esta é a fórmula defendida por António Capucho para os próximos tempos políticos. Ressalvando que isso vai depender do próximo líder socialista, o antigo governante e ex-líder parlamentar do PSD considera que seria “interessantíssimo e importante para o país e para os interesses nacionais que PSD e o PS pudessem estabelecer um acordo de incidência parlamentar, que garanta condições de governabilidade (...) para toda a legislatura”.
O Presidente da República vai começar a ouvir na terça-feira os partidos políticos que obtiveram representação parlamentar nas legislativas antecipadas de domingo, com audições ao PSD, primeiro, seguindo-se o PS e o Chega.
"Na sequência das eleições para a Assembleia da República ontem [domingo] realizadas, o Presidente da República nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 187.º da Constituição, vai iniciar amanhã, terça-feira, as consultas aos partidos políticos, tendo em conta os resultados provisórios anunciados pelo Ministério da Administração Interna, e sem prejuízo dos círculos que ainda falta apurar", lê-se numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.
Segundo a mesma nota, o PSD será ouvido às 11h00 de terça-feira, o PS às 15h00 e o Chega às 17h00.
Uma ascensão à direita, um trambolhão à esquerda. Os resultados da noite eleitoral subiram a debate no programa da TSF e da CNN Portugal, O Princípio da Incerteza.
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O ministro dos Assuntos Parlamentares considera que a postura "quase obsessiva" do PS em "tentar encontrar qualquer coisa" acabou a tornar-se "um ato de populismo" e, nesse "campo", acabou empatado com o Chega.
Para o socialista Francisco Assis, este domingo "foi uma noite particularmente triste". O eurodeputado mostra-se surpreendido com a subida "muito significativa e imprevista" do Chega e lamenta a "derrota muito pesada" do PS, que levou à demissão de Pedro Nuno Santos. "Compreendo essa decisão, teve um gesto digno ao demitir-se da liderança do PS, julgo que deve ser feita uma reflexão profunda sobre as razões deste resultado, mas pensar que se deve apenas ao ano e meio de liderança de Pedro Nuno Santos seria uma forma muito redutora de encarar a presente situação do PS", sublinha.
Os resultados das eleições legislativas antecipadas estiveram, esta segunda-feira, em destaque no programa da TSF Café Duplo. Manuel Monteiro considerou que, perante o novo quadro político, a AD deveria repensar um eventual apoio à candidatura de Marques Mendes à Presidência da República.
"Depois daquilo que aconteceu ontem [domingo], o bom senso levaria a que candidaturas assumidas, nomeadamente a de Marques Mendes às presidenciais, deveriam ser repensadas e reponderadas. A direita tradicional e o dito centro-direita deveriam repensar sobre a eventual necessidade de ter uma candidatura presidencial completamente diferente daquela que já foi prefigurada", afirmou.
Tudo o que os líderes partidários disseram sobre os resultados das eleições legislativas antecipadas deste domingo.
Vários meios de comunicação social internacionais destacam os resultados das eleições legislativas portuguesas de domingo, assinalando a nova vitória da AD sem maioria absoluta e o empate entre Chega e PS.
Os jornais impressos focam-se esta segunda-feira, nos seus editoriais, na queda do PS e demissão do secretário-geral, Pedro Nuno Santos, e na subida do Chega, afirmando que Portugal está a seguir a tendência internacional.
A AD - Coligação PSD/CDS venceu as eleições legislativas de domingo, com 89 deputados, se se juntarem os três eleitos pela coligação AD com o PPM nos Açores, enquanto PS e Chega empataram no número de eleitos para o parlamento, 58.
O líder da coligação vencedora das eleições, Luís Montenegro, começou por pedir que "agora deixem o Luís trabalhar", numa referência à música oficial da campanha.
Depois de agradecer ao povo português, aos democratas e à família, o presidente do PSD considera que os eleitores deram "um voto de confiança ao Governo, à AD e ao primeiro-ministro".
Todos os círculos eleitorais em território nacional estão fechados. A vitória da AD confirma-se, com a coligação a obter 32,72% dos votos e a eleger 89 deputados.
O segundo lugar é do PS, ainda que só em número de votos, já que há um empate com o Chega a nível de deputados. Os socialistas ficam com 23,38% dos votos, contra os 22,56% do partido de André Ventura, mas ambos conquistam 58 cadeiras no Parlamento.
A Iniciativa Liberal (5,53%) mantém-se como quarta força política, aumentando o número de eleitos face ao ano passado. Agora, vão sentar-se nove liberais no Parlamento.
Outro dos vencedores da noite é o Livre, já que aumentou o número de deputados para seis, obtendo 4,20% dos votos.
A CDU ficou com 3,03% dos votos, com apenas três deputados no Parlamento. Pior ficou o Bloco de Esquerda, que ficou-se pelos 2% e Mariana Mortágua fica sozinha na Assembleia da República. À última, o PAN (1,36%) também conseguiu eleger Inês Sousa Real.
O último grande vencedor da noite eleitoral foi o JPP. O partido conseguiu eleger um deputado, Filipe Sousa, pelo círculo eleitoral da Madeira.
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Bom dia! Abrimos este liveblog para acompanhar todas as reações aos resultados das legislativas antecipadas. Recorde aqui tudo o que aconteceu durante a noite eleitoral deste domingo.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, anunciou este domingo que vai abandonar a liderança do PS, convocando eleições internas no partido e não se recandidatando.
"Acho que honrei a história do partido. Foi isso que tentei fazer ao longo do último ano e cinco meses (...) Assumo as minhas responsabilidades como líder do partido. Vou por isso pedir eleições internas à Comissão Nacional. Está acertado com o presidente do partido convocar a Comissão Nacional para o próximo sábado. Pedirei eleições internas às quais não serei candidato", anunciou Pedro Nuno Santos no discurso da noite eleitoral.
