"Chegou, continua a chegar e é para continuar." Chuva em janeiro deixa Alqueva perto da cota máxima

A barragem do Alqueva
Reinaldo Rodrigues/Global Imagens (arquivo)
Presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva afirma que, nos próximos anos, não vai faltar água aos sistemas que dependem da barragem do Alqueva.
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As últimas chuvas aumentaram o nível de água retida na albufeira do Alqueva que, por esta altura, já se encontra na cota 148,60 metros.
Na semana passada, em 39 horas, entre as 08h00 e as 23h00 de quarta-feira, o nível da albufeira subiu 70 centímetros.
Em declarações à TSF, o presidente de Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), José Pedro Salema, revela que "as últimas duas tempestades geraram precipitações e escoamentos importantes".
"Chegou, e ainda continua a chegar, muita água à barragem. [...] À entrada da barragem chegou qualquer coisa como uma piscina olímpica a cada dois segundos. [...] Encaixámos cerca de 350 milhões de metros cúbicos, na última semana, em resultado destas chuvas, e aumentámos o nosso nível de confiança para enfrentarmos o próximo verão e os próximos verões. [...] Seguramente que esta não foi a última precipitação do ano. Por isso, vamos ter confiança que o sistema funciona como suposto, como tem funcionado até agora, e que a garantia de água que o Alqueva tem oferecido é para continuar", afirma.
No entanto, o presidente da EDIA avisa que a barragem do Alqueva não tem capacidade para chegar a todo o lado: "O Alqueva chega onde chega."
"Há muito Alentejo que não é servido pelo Alqueva e aí não podemos oferecer a garantia que oferecemos a quem já está ligado. Há áreas de sequeiro, na parte de baixo do Baixo Alentejo, na zona mais a sul, que não são servidas e que têm sofrido muito. E onde, também, chove menos, e tem chovido menos nos últimos anos. Seguramente que esta chuva veio ajudar todos, mas uns ficarão sempre muito melhor que outros", diz José Pedro Salema.
José Pedro Salema adianta ainda que está em desenvolvimento plano de expansão da albufeira do Alqueva e que "a ligação mais emblemática deste plano de expansão será ao Monte da Rocha, que é uma albufeira que tem estado, muitas vezes, nas notícias pelos piores motivos".
"Essa ligação está já contratualizada e contamos que esteja operacional no início de 2026. Portanto, temos dois anos de obras pela frente. Vai ser mais um sistema ligado", acrescenta o presidente da EDIA.
A barragem do Alqueva tem uma cota máxima de 152 metros e apenas por quatro vezes atingiu a sua capacidade total, desde o fecho das comportas, há cerca de 22 anos. A última vez que a albufeira encheu na plenitude foi no início de 2014.
