Sem todos os esclarecimentos, comunicação de Montenegro "adensou suspeições": "Parecia não estar disponível"
O primeiro-ministro deveria ter explicado prontamente tudo sobre a Spinumviva, refere à TSF a especialista Rita Figueiras. E assinala: "Ao proteger-se estava a desproteger-se"
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A estratégia de Luís Montenegro "adensou as suspeições" sobre si próprio, considera a especialista em comunicação política Rita Figueiras, em declarações à TSF. A imagem que passou é de que "parecia não estar disponível para esclarecer o assunto, não respondia aos jornalistas, não permitia questões em comunicações ao país".
Se o objetivo destas ações era "proteger" a imagem do primeiro-ministro, o resultado foi o oposto: questionava-se a ausência de respostas, levantou-se "mais interrogações" e essas mesmas dúvidas "alimentaram horas e horas e horas de análise em qualquer suporte de comunicação", destaca Rita Figueiras.
"Num determinado momento, aquilo que estava a proteger [a falta de respostas] estava a desproteger."
Por isso, explica ainda, os esclarecimentos sobre a empresa familiar Spinumviva deveriam ter sido prestados o mais cedo possível.
Já questionada sobre se a campanha eleitoral para as legislativas antecipadas será marcada pela discussão de quem provocou a ida às urnas, Rita Figueiras tem a certeza: "Ninguém quer ficar com o ónus da responsabilidade de levar o país a tantos atos eleitorais consecutivos."
E acautela: "As campanhas são dinâmicas, ou seja, elas também vão ganhando rumo em função de quem melhor consegue agendar a sua própria perspetiva."
Por outro lado, a "máquina governativa" usará este momento para destacar a obra feita no poder.

