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A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, foi das primeiras a felicitar formalmente Donald Trump pela sua vitória eleitoral, destacando que a Europa "está pronta" para cooperar na resposta aos "desafios geopolíticos sem precedentes" e para manter "forte o laço transatlântico".
Na mesma linha, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reforça a ideia de uma relação especial entre a União Europeia e os Estados Unidos, declarando que ambos são "mais do que simples aliados" e que partilham uma "verdadeira parceria entre os nossos povos".
Von der Leyen destaca também a necessidade de um trabalho em conjunto numa "forte agenda transatlântica".
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, acrescenta um tom de continuidade estratégica, felicitando Trump e reafirmando que a "UE e os EUA têm uma aliança duradoura e um laço histórico".
Charles Michel, que inicia na quinta-feira na Hungria a última cimeira enquanto presidente do Conselho Europeu, destaca o compromisso da União em manter-se um "parceiro forte, unido, competitivo e soberano", enquanto defende o "sistema multilateral baseado em regras".
O primeiro-ministro húngaro foi o primeiro a marcar posição, rápido a celebrar o "maior regresso da história política dos EUA" e a classificar a vitória de Trump como "uma vitória muito necessária para o mundo".
A reação do primeiro-ministro húngaro tratou-se de uma felicitação bilateral, mas surge num contexto em que Viktor Orbán é o presidente em exercício do Conselho da União Europeia, durante este semestre, e, a partir desta quinta-feira, acolhe em Budapeste duas cimeiras: a da Comunidade Política Europeia, que reúne os chefes de Estado ou de Governo de todo o continente europeu e também a cimeira informal da União Europeia, onde se conhecerão, de viva voz, as reações dos líderes europeus.
A União Europeia trabalhou com três cenários para a reação oficial ao resultado das eleições americanas, incluindo um cenário mais controverso sobre a possibilidade de um resultado contestado.
Fontes diplomáticas, contactadas pela TSF, admitiram que, neste caso, pudesse haver, a nível europeu, uma fragmentação das tomadas de posição, com a possibilidade de alguns Estados se anteciparem a reconhecer a vitória de uma das candidaturas ou a contestarem o resultado da outra, contrariando uma posição com oficial dentro do Conselho Europeu. Outra das hipóteses seria, segundo admitiu uma das fontes, mais fácil de gerir, com a possibilidade de um resultado incerto, em que a União Europeia “aguardaria pela evolução da contagem e por uma clarificação”.
O cenário que facilitaria a tomada de posição é aquele que parece estar cada vez mais confirmado, com um vencedor claro e com os líderes europeus a felicitarem o vencedor.