"Flex Living": uma solução temporária de habitação que começa a entrar em Portugal
Os primeiros empreendimentos têm aparecido em centros urbanos. Em declarações à TSF, Paulo Caiado, presidente da Associação de Mediadores Imobiliários, explica como funciona esta opção que responde a uma procura crescente de estrangeiros
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Chama-se "Flex Living" (habitação flexível) e é a nova tendência que está a crescer em vários países da Europa e a dar os primeiros passos em Portugal. Não se dirige a turistas, mas a quem está de passagem e precisa de alojamento temporário ou decide partilhar um prédio com vários serviços comuns. Não resolve o problema de falta de casas em Portugal, mas responde a uma procura crescente de estrangeiros.
Os primeiros empreendimentos têm aparecido em centros urbanos. São "flexíveis", porque juntam num alojamento pessoas com as mesmas necessidades. Em declarações à TSF, Paulo Caiado, presidente da Associação de Mediadores Imobiliários, aponta o caso de trabalhadores temporários ou de estudantes de passagem.
"Precisam de ter um quarto confortável, mas se vão estar uma vez, não vão precisar de grandes necessidades de arrumação, provavelmente. Não vão necessitar de áreas muito grandes, não se vão importar de ter uma cozinha que seja comunitária daquele espaço. Têm, por um lado, o conforto de uma habitação, não têm os encargos de uma unidade turística e, portanto, podem ter um modelo totalmente direcionado para aquela necessidade específica", explica à TSF Paulo Caiado.
A partilha de espaços de habitação (o "co-living") é um modelo idêntico que se adapta, por exemplo, a pessoas divorciadas ou a casais sem filhos. "Podem ter uma lavandaria comum, um espaço de trabalho comum ou uma sala comum para que as pessoas que não se conhecem consigam utilizar de forma comunitária um espaço habitacional, como um prédio", afirma.
No caso dos mais velhos, as residências seniores adaptam o espaço às necessidades destes inquilinos. "Ausência de escadas, portas onde possa passar uma cadeira de rodas e, por exemplo, um serviço de entrega de medicamentos. Temos condomínios que têm ginásio, se calhar numa residência sénior faz muito mais sentido ter um centro de fisioterapia comum do que ter um ginásio com máquinas de musculação", acrescenta.
O "Flex Living" é uma forma de contornar a compra ou o arrendamento convencional. No caso dos quartos com espaços comuns, os preços que a TSF encontrou vão dos 300 aos 1500 euros por mês.