A candidatura vai ser formalizada a 14 de julho. Paulo Raimundo considera que António Filipe apresenta como vantagens ser um homem capaz de consensos e de respeitar a Constituição
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Contra resultados "pré-estabelecidos" nas eleições presidenciais, António Filipe é o candidato apoiado pelo PCP e vai apresentar -se oficialmente no dia 14 de julho. O anúncio saiu da reunião do Comité Central do PCP pela voz do secretário-geral Paulo Raimundo, que preferiu não adiantar se esta candidatura poderá desistir a favor de outra para garantir que existe um nome apoiado pela esquerda numa eventual segunda volta.
Foi por unanimidade que foi escolhido o nome de António Filipe para este lugar de grande exigência.
Numa breve declaração, Paulo Raimundo destacou as características do também antigo vice-presidente da Assembleia da República e garantiu que António Filipe entra na corrida a Belém para "fazer cumprir a Constituição".
A candidatura vai ser formalizada a 14 de julho. Para Paulo Raimundo, esta é ainda uma "candidatura que condena resultados pré-estabelecidos", até porque "quem decide sobre isso é o povo".
"[António Filipe] é uma pessoa reconhecida, um homem sério e respeitado. Temos aqui um grande candidato", considerou.
António Filipe não conseguiu ser eleito nas últimas legislativas, era o deputado mais antigo do Parlamento.
Antes de António Filipe, formalizaram a intenção de concorrer às eleições presidenciais de janeiro de 2026 o antigo presidente do PSD, Luís Marques Mendes, o ex-chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Gouveia e Melo, e antigo secretário-geral do PS António José Seguro.
Nas eleições presidenciais de 2021, o PCP apoiou a candidatura do dirigente comunista João Ferreira, que ficou em quarto lugar, com 4,33%, 179.496 votos, atrás das candidaturas do presidente do Chega, André Ventura, da socialista Ana Gomes e de Marcelo Rebelo de Sousa, apoiado pelo PSD e CDS que venceu logo à primeira volta com 60,76%.
Mesmo assim, João Ferreira ficou à frente da dirigente do Bloco de Esquerda Marisa Matias, que obteve 3,93% e do então candidato da Iniciativa Liberal, Tiago Mayan Gonçalves 3,20%.
Nas eleições presidenciais de 2016, que Marcelo Rebelo de Sousa também venceu logo à primeira volta, com cerca de 52%, o PCP apoiou o comunista madeirense Edgar Silva, tendo ficado em quinto lugar 3,95%,183.009 votos.
Edgar Silva, além de Marcelo Rebelo de Sousa, ficou atrás do professor universitário Sampaio da Nóvoa (22,88%), da bloquista Marisa Matias (10,12%) e da antiga presidente do PS Maria de Belém (4,24%).