Mortágua avisa Pedro Nuno: "Viabilizar Orçamento e fazer oposição à esquerda é impossível"
Mariana Mortágua rejeita, para já, definir se o melhor caminho são eleições antecipadas
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Mariana Mortágua avisa Pedro Nuno Santos que “é impossível” viabilizar o Orçamento do Estado da Aliança Democrática e continuar a fazer oposição à esquerda. A coordenadora do Bloco, “todos os dias”, vê razões para chumbar o Orçamento, embora o PS continue disponível para negociar.
Depois da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, que se reuniu neste domingo, Mariana Mortágua também não esqueceu as palavras de Luís Montenegro sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Nos 45 anos do SNS, o primeiro-ministro rejeita governar a saúde “com preconceitos ideológicos”. Palavra dirigidas à esquerda e que são “cínicas”, na opinião de Mariana Mortágua.
“Não é preconceito ideológico. É defesa intransigente e convicta de uma ideia de um serviço público em que o Estado tem a responsabilidade de assegurar que os cuidados de saúde são iguais em todo o território”, respondeu
Luís Montenegro não foi, no entanto, o principal alvo de Mariana Mortágua, que se centrou na anterior governação socialista e na disponibilidade de Pedro Nuno Santos para viabilizar o Orçamento do Estado.
“Se ao PSD é permitido, em poucos meses, colocar em prática todos estes mecanismos. Que vão dos centros de saúde privados às vacinas pagas às farmácias, é porque o PS abriu esse caminho, criou esses instrumentos e manteve-os na lei”, notou.
A saúde foi, de resto, uma razões para o Bloco de Esquerda cortou com a geringonça, em 2019, e Mariana Mortágua coloca no mesmo saco o Governo da AD, de Luís Montenegro, e o do PS, liderado por António Costa.
“A política que o PSD está a concretizar é a política que o PS defendeu, ao longo dos últimos anos para o SNS”, acrescentou.
O alerta de Mariana Mortágua, focada nos eleitores de esquerda, numa altura em que Pedro Nuno Santos admite viabilizar o Orçamento do Estado, sob determinadas condições, embora garanta que não desiste da visão que tem para o país.
Para Mariana Mortágua “quem viabiliza um Orçamento apoia uma governação”. E acrescentou: “Viabilizar um Orçamento de direita e fazer oposição à esquerda não é praticamente impossível. É completamente impossível”.
Palavras dirigidas a Pedro Nuno Santos, noutros tempos, parceiro na geringonça. Apesar do apelo bloquista para o chumbo do orçamento, Mariana Mortágua rejeita, para já, definir se o melhor caminho são eleições antecipadas.