“Mais ordem” se “polícias disparassem mais a matar”. Pedro Pinto fala em "ironia", partidos querem tema na conferência de líderes
O líder parlamentar do Chega afirmou que se as forças de segurança “disparassem mais a matar, o país estaria mais em ordem”
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Os deputados prometem levar à próxima reunião da conferência de líderes as polémicas palavras do líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, que num debate na RTP 3 defendeu que o país estaria “mais em ordem” caso “os polícias disparassem mais a matar”. Os partidos lembram as palavras são graves, até pelo período em que o país atravessa, mas Pedro Pinto defende-se com uma suposta “ironia”.
Embora as palavras tenham sido proferidas fora do contexto parlamentar, num debate televisivo, o PS recusou iniciar a sessão plenária desta quinta-feira sem colocar o assunto em cima da mesa. Pedro Delgado Alves alerta que “as declarações atentam ao Estado de Direito” e são “graves até pelo momento em que o país atravessa”.
Lamentando que o PS leve a discussão um assunto que não entra na ordem do dia, Pedro Pinto pediu a palavra para defender-se. Foi “apenas ironia”, garante, lamentando também a “má-fé” do PS “que está invadido por uma extrema-esquerda”.
“Aquilo que se passou ontem foi, apenas, uma simples suposição e com algum tipo de ironia”, acrescentou.
Da resposta do líder parlamentar do Chega, a homóloga do Livre, Isabel Mendes Lopes, do Livre, retira apenas uma conclusão: “Tendo a oportunidade de corrigir a declarações que fez ontem, o líder parlamentar do Chega não a corrigiu”.
Pelo PSD, Hugo Soares deixou um apelo aos deputados para que “não sublinhem o disparate” que “fomenta o populismo e alimenta o ódio”. “Não sublinhemos o disparate, não sublinhemos aquilo que não diz nada à vida das pessoas a não ser fomentar o populismo, alimentar o ódio e fazer crescer o ruído à volta de uma questão que merece ser tratada com seriedade”, atirou.
O assunto, no entanto, não deve ficar por circunscrito à sala das sessões, da sessão plenária desta quinta-feira. Os deputados concordam que as polémicas palavras devem ser levadas à próxima reunião entre os líderes parlamentares.