Ataque, contra-ataque: Telavive volta a bombardear Teerão enquanto interceta mísseis iranianos. Pelo menos um morto e 14 feridos em Israel
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O Governo de Omã anunciou este sábado que as negociações, previstas para domingo, entre os Estados Unidos e o Irão sobre o programa nuclear de Teerão, “não vão acontecer agora”, após os ataques de Israel contra a República Islâmica.
“As negociações entre o Irão e os EUA, que estavam previstas para este domingo em Mascate [capital de Omã], não vão acontecer agora”, escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros de Omã, Badr al-Busaidi, nas redes sociais. O governante ressalvou ainda que “a diplomacia e o diálogo continuam a ser o único caminho para uma paz duradoura”.
Antes, o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, tinha já dito que qualquer negociação seria “injustificável”, tendo em conta os ataques em curso.
Omã tem mediado as conversações: a sexta ronda estava prevista para acontecer precisamente em Mascate já neste domingo.
Pelo menos uma pessoa morreu e 14 ficaram feridas esta noite perto de Haifa, no Norte de Israel, após o lançamento de mísseis do Irão, informaram as equipas locais de emergência.
“As equipas de socorro relataram 14 feridos numa casa (…) na Galileia Ocidental, um dos quais com gravidade”, indicou o Magen David Adom, equivalente israelita da Cruz Vermelha, em comunicado. Mais tarde, confirmou-se uma morte, na sequência desta mais recente ofensiva.
Após o novo ataque iraniano com mísseis, o Exército israelita já baixou o nível de alerta em todo o país esta noite noite, indicando à população que podia sair dos abrigos.
Lê-se ainda na mesma nota: recomenda-se, contudo, à população que “fique próxima” dos abrigos, precisou o Exército num comunicado divulgado pelas 23h45 (21h45 de Lisboa), relatando as diretrizes do Comando da Frente Interna (Defesa Passiva).
Os serviços de bombeiros e de emergência fizeram relatos de blocos de apartamentos “nos distritos da costa e do Norte” de Israel atingidos por mísseis disparados pelo Irão.
Em Teerão, os ataques israelitas atingiram dois depósitos de combustível, afirmou o Ministério do Petróleo iraniano já na madrugada deste domingo, pouco depois de o Irão ter anunciado o lançamento de novo ataque com mísseis contra Israel.
“O depósito de petróleo de Shahran [no noroeste de Teerão] e um outro depósito a sul [da cidade] foram alvos do regime sionista”, declarou o Ministério do Petróleo.
Israel lançou um novo ataque contra alvos militares na capital iraniana, enquanto tenta intercetar uma quinta onda de mísseis lançados pela República Islâmica contra o território israelita, anunciaram esta noite as Forças Armadas de Telavive em comunicado.
“Enquanto o Exército opera para intercetar os mísseis lançados do Irão, a Força Aérea está a atacar alvos militares em Teerão”, indica o Exército israelita.
No mesmo texto, apela-se à população das zonas onde forem ativados os alertas de bombardeamento para que se desloquem imediatamente para os abrigos e "permaneçam lá até novo aviso".
Os meios de comunicação social israelitas estão a relatar explosões e avistamentos de projéteis na região de Haifa, no Norte de Israel.
Os serviços de emergência em Israel indicaram que edifícios residenciais na planície costeira e no Norte do país foram atingidos após disparos de mísseis provenientes do Irão.
A chefe da diplomacia europeia sublinhou este sábado, junto do Governo iraniano, que a UE "sempre foi clara" na posição de que Teerão não deve ter armas nucleares.
"A UE sempre foi clara: o Irão nunca deve ser autorizado a adquirir uma arma nuclear", disse Kaja Kallas, numa mensagem nas redes sociais, após ter conversado com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi.
Os cidadãos portugueses residentes em Israel e no Irão estão bem, disse este sábado à Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), indicando estar "a acompanhar atentamente a evolução" do conflito em curso desde sexta-feira.
"Até ao momento, e segundo a informação de que dispomos, está tudo bem com os cidadãos nacionais residentes na região", referiu fonte diplomática.
O Ministério, acrescentou, está "em contacto direto com os portugueses que se encontram na região, através do Gabinete de Emergência Consular e das embaixadas [portuguesas]".
Numa mensagem em vídeo, difundada esta sábado, Netanyahu garante que, "num futuro muito próximo", o mundo vai ver "caças da Força Aérea de Israel a sobrevoar os céus de Teerão".
E deixa o aviso: "atacaremos todos os locais e alvos do regime aiatolá" do Irão.
Para a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, "o risco de uma nova escalada na região é perigosamente alto".
"A diplomacia deve prevalecer", instou Kaja Kallas, acrescentando: "Somente a diplomacia pode levar a uma solução duradoura. A UE está pronta para apoiá-la."
O Irão anunciou a morte de mais três cientistas nucleares em ataques israelitas, elevando para nove o número de especialistas do programa nuclear mortos por Israel desde o início dos ataques, na madrugada de sexta-feira.
O Governo português desaconselha todas as viagens para Israel e Irão dada a atual situação do conflito, segundo uma informação publicada no Portal das Comunidades Portuguesas.
"Tendo em consideração a atual situação de conflito entre Israel e o Irão desaconselham-se neste momento todas as viagens para a região", lê-se na mensagem, divulgada através do portal do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).
A embaixada de Portugal em Telavive disponibilizou um contacto de emergência consular (+ 972 54 5451172), "face à escalada do conflito entre Israel e o Irão e ao encerramento do espaço aéreo israelita".
Este número destina-se "exclusivamente para questões de emergências e situações especiais diretamente relacionadas com o atual momento", divulgou a embaixada portuguesa através das redes sociais, repetindo vários apelos aos cidadãos para que se mantenham seguros e respeitem as indicações das autoridades israelitas.
A Lusa tentou obter informações sobre portugueses residentes em Israel e no Irão, junto do MNE, mas sem sucesso até ao momento.
O principal aeroporto internacional de Israel, perto de Telavive, está encerrado por tempo indeterminado, anunciou este sábado uma porta-voz, após lançamentos de mísseis iranianos durante a noite em resposta ao ataque de Israel ao Irão na sexta-feira.
"Não há data ou dia previstos para a reabertura do aeroporto", disse à agência France-Presse (AFP) a porta-voz do aeroporto Ben-Gurion, Lisa Diver.
"Devido à atual situação especial de segurança, todos os voos de e para o Aeroporto Ben Gurion (LLBG) estão cancelados até novo aviso", lê-se numa mensagem na página da internet do aeroporto.
O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, admitiu este sábado estar "alarmado" com os ataques de sexta-feira à noite contra Israel, depois de o Irão ter lançado mísseis contra Telavive.
"Alarmado com novos ataques no Médio Oriente durante a noite, com relatos de mortos e feridos em Israel. Precisamos de reduzir urgentemente as tensões e evitar mais danos a civis", escreveu o chefe da diplomacia britânica na rede X.
Referiu ainda que falou na sexta-feira com o seu homólogo iraniano, Abbas Araghchi, para pedir "calma" na atual crise.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, falou com o Presidente norte-americano, Donald Trump, para abordar o bombardeamento israelita ao Irão, e ambos concordaram sobre a importância de abordar a crise através da "diplomacia e diálogo".
O futebolista iraniano Mehdi Taremi não voou para Los Angeles para se juntar aos colegas do Inter Milão e disputar o Mundial de clubes, porque o espaço aéreo do seu país está fechado devido ao conflito com Israel.
No Irão, a vida permanece praticamente sem alterações, apesar dos ataques israelitas.
O editor de Internacional da TSF conversou este sábado com um português que está de férias no Teerão. Este cidadão luso, que não quis revelar a sua identidade, relata à TSF que "consegue ver a atividade intensa dos mísseis e dos drones da janela do hotel".
Contudo, "a cidade parece estar com um ritmo de vida normal, como se as pessoas estivessem habituadas: dá para caminhar, dá para ir jantar fora, há lojas abertas, há trânsito".
O Governo sul-africano alertou que os ataques aéreos de Israel contra as instalações nucleares, militares e civis do Irão, na sexta-feira, poderão ter violado o direito internacional e manifestou preocupação com os riscos para a "segurança nuclear".
"Estas ações levantam sérias preocupações à luz do direito internacional, incluindo os princípios da soberania, da integridade territorial e da proteção dos civis consagrados na Carta das Nações Unidas e no direito humanitário internacional", afirmou o Departamento de Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul (DIRCO, em inglês), em comunicado.
"A África do Sul regista com particular preocupação as implicações para a segurança nuclear dos ataques nas proximidades de instalações nucleares", afirmou o DIRCO.
O Governo sul-africano recordou que "a legítima defesa antecipada, nos termos do artigo 51º da Carta das Nações Unidas, exige provas claras de um ataque armado iminente, o que não parece estar provado neste caso", e apelou para uma "resolução pacífica do diferendo".
"O Teerão vai arder" se continuar a lançar mísseis contra Israel. É este o aviso do ministro da Defesa do governo de Netanyahu, Israel Katz, dirigido ao líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei.
Dois generais de topo das forças armadas iranianas foram confirmados como mortos nos ataques israelitas ao país, informou este sábado a televisão estatal iraniana.
A televisão identificou as vítimas como o general Gholamreza Mehrabi, adjunto da chefia de informações do Estado-Maior das Forças Armadas, e o general Mehdi Rabbani, vice-chefe das operações, sem especificar onde estes responsáveis morreram.
O ditador iraniano está a tornar os cidadãos do Irão em reféns e a criar uma realidade na qual — especialmente os residente de Teerão — vão pagar um preço elevado pelos ataques criminosos contra civis israelitas
Declarações citadas pelo jornal britânico The Guardian.
O Papa Leão XIV pediu este sábado "responsabilidade e razão" a Israel e ao Irão, dada a "grave deterioração da situação" entre os dois países, e defendeu um compromisso para um mundo livre da ameaça nuclear.
"Nos últimos dias chegaram notícias profundamente preocupantes, dada a grave deterioração da situação entre o Irão e Israel neste momento tão delicado, e, por isso, desejo renovar veementemente o meu apelo à responsabilidade e à razão", afirmou Leão XIV, numa audiência na Basílica de São Pedro, no Vaticano, por ocasião do Jubileu.
O Papa salientou que "o compromisso com a construção de um mundo mais seguro, livre da ameaça nuclear, deve ser procurado através do encontro respeitoso e do diálogo sincero para construir uma paz duradoura, fundada na justiça, na fraternidade e no bem comum".
A televisão estatal iraniana noticiou este sábado que um dos ataques israelitas de sexta-feira a Teerão, capital do país, causou a morte de pelo menos 60 pessoas, incluindo 20 crianças, depois de ter atingido um edifício residencial ligado ao Ministério da Defesa.
Pelo menos um míssil atingiu o complexo residencial Shahid Chamran, onde se situam os apartamentos dos funcionários do ministério, na madrugada de sexta-feira, destruindo-o parcialmente no nordeste da capital, de acordo com a Press TV, o canal internacional em inglês e francês da agência estatal iraniana Iranian Broadcasting Corporation (IRIB).
O exército israelita ainda não se pronunciou sobre a situação.
O Irão confirma "danos limitados" na central nuclear de Fordow. O porta-voz da agência estadual de energia atómica, Behrouz Kamalvandi, sublinha que os prejuízos não são "extensos" e que "não há perigo de contaminação". Declarações citadas pelo The Guardian.
O mesmo porta-voz revela ainda que "parte significativa" dos equipamentos e materiais já tinham sido retirados daquela instalação.
Há instantes, os meios de comunicação social iranianos adiantaram que dois comandantes adjuntos do Estado Maior das Forças Armadas do Irão foram mortos na sequência de ataques israelitas: LER AQUI
O Irão afirmou este sábado que as negociações nucleares com os Estados Unidos "não fazem sentido", após os recentes ataques israelitas contra alvos militares e nucleares iranianos.
"A outra parte (EUA) agiu de forma a tornar o diálogo sem sentido", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, num comunicado citado por meios de comunicação locais.
"Não se pode alegar que se está a negociar enquanto, ao mesmo tempo, se permite que o regime sionista (Israel) ataque território iraniano", afirmou o diplomata.
Baghaei acusou Telavive de ter conseguido "influenciar" o processo diplomático e garantiu que o ataque israelita não teria ocorrido sem a permissão de Washington.
Desde 12 de abril, Irão e Estados Unidos realizaram cinco rondas de negociações indiretas, com mediação de Omã, apesar de desacordos significativos sobre o programa de enriquecimento de urânio iraniano, que Washington procura travar.
A mais recente ronda de negociações teve lugar a 23 de maio e estava prevista uma nova sessão para este domingo, em Mascate, agora incerta na sequência dos ataques israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas.
A Organização de Aviação Civil do Irão anunciou este sábado o cancelamento de todos os voos no país até nova ordem, na sequência de um ataque de Israel ao aeroporto nacional de Teerão.
"Todos os voos em todos os aeroportos do país foram cancelados até novo aviso", disse a agência num comunicado divulgado pela agência estatal IRNA.
A medida foi tomada para "garantir a segurança dos passageiros".
As autoridades iranianas tinham vindo a cancelar os voos até um determinado período e têm vindo a prolongá-lo, agora por tempo indeterminado.
O anúncio surge na sequência do ataque desta manhã ao aeroporto de Mehrabad, que realiza voos domésticos.
De acordo com a agência noticiosa IRNA, o ataque em Mehrabad teve como alvo um hangar de aviões de combate, mas, apesar de ter sido atingido por obuses, "não afetou pistas, edifícios ou instalações".
Duas imagens de sexta-feira que mostram como esteve o espaço aéreo no primeiro dia de ataques israelitas ao Irão:
Durante esta madrugada, o Irão retaliou: lançou a quarta vaga de mísseis contra Israel e foram atingidos prédios residenciais nas cidades de Telavive (como se vê na seguinte imagem) e Jerusalém.
Como consequência, Israel registou as primeiras vítimas mortais deste conflito: três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, adiantou o serviço de emergência israelita.
Bom dia! A TSF acompanha ao minuto, através deste liveblog, o conflito no Médio Oriente.
A situação intensifou-se quando o Exército israelita atacou na madrugada de sexta-feira o Irão: recorde aqui.
Isto acontece depois de Israel lançar, na madrugada de sexta-feira, uma ofensiva militar contra o Irão, com bombardeamentos a instalações militares e nucleares, em que morreram 78 pessoas e 320 ficaram feridas, segundo a diplomacia iraniana.
O jornal britânico The Guardian escreve mesmo: "Foram as horas mais intensas e mortais em Israel desde os ataques transfronteiriços do Hamas a 7 de outubro de 2023, que intensificaram a guerra em Gaza, mas o número de vítimas foi insignificante perante os danos que Israel infligiu ao Irão."
