Passe Ferroviário Verde: Livre acusa Governo de criar "algo que já existe" após PSD ter votado contra
À TSF, Isabel Mendes Lopes afirma que o passe apenas "mudou de nome" e que não vê do lado do Governo uma "aposta séria na ferrovia"
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O Livre acusou esta quinta-feira o Governo de anunciar "com pompa e circunstância" o Passe Ferroviário Verde, dizendo que é "algo que já existe", e que apenas mudou o nome ao já existente Passe Ferroviário Nacional.
"O que o Governo anunciou ontem foi a criação, de facto, de algo que já existe. Mudou o nome. Em vez de ser Passe Ferroviário Nacional é Passe Ferroviário Verde, o que também não faz sentido estar mudar o nome de algo que existe desde a desde há um ano e que já está a ser usado por várias pessoas", afirma à TSF a líder parlamentar do partido, Isabel Mendes Lopes.
Além disso, a deputada do Livre refere ainda que esta medida surge um mês depois de o PSD ter votado contra o alargamento do Passe Ferroviário Nacional no Parlamento: "Foi com surpresa que recebemos este anúncio, até porque há um mês o PSD no Parlamento votou contra o que o Livre apresentou de fazer cumprir a lei do Orçamento de Estado para 2004, que era o alargamento do Passe Ferroviário Nacional, como já estava previsto, para abranger mais comboios do que os regionais que Passe Ferroviário Nacional, neste momento, dá acesso. E o PSD há um mês votou contra este alargamento e agora é anunciado com esta pompa e circunstância a criação de algo que de facto já existe."
Luís Montenegro anunciou na quarta-feira, durante o discurso na Festa do Pontal, a criação de um Passe Ferroviário Verde no valor de 20 euros por mês e que dá acesso a todos os comboios em Portugal, com exceção do Alfa Pendular. Em comparação com a proposta do Livre, a diferença é o preço, já que o Passe Ferroviário Nacional custa 49 euros.
"O que é muito relevante na questão da ferrovia não é só o preço dos bilhetes ou dos passes. Claro que é um fator muito importante para as pessoas poderem escolher este modo que é mais sustentável, mas sobretudo é preciso apostar a sério na ferrovia em Portugal e é isso que também nós não vemos do lado do Governo", considera Isabel Mendes Lopes.
E lança desafios ao Governo: "É preciso melhorar os serviços, é preciso melhorar as frequências, garantir que há mais comboios, que os comboios chegam horas, que não estão sobrelotados e que respondem de facto às necessidades das pessoas e que chegam a mais pessoas. E, para isso, é preciso haver um investimento a sério e preocupa-nos quando vemos que, do lado Governo, não há essa vontade e, portanto, vemos este anúncio do alargamento do Passe Ferroviário Nacional, que para nós é uma boa notícia, porque é importante que seja mais barato e que chegue mais pessoas como o Livre sempre defendeu, mas isto tem de ser acompanhado de um bom serviço, porque senão as pessoas não usam, apesar de ser barato, se o serviço não funciona, também não serve muito ser barato."