Israelitas manifestam-se em frente ao Parlamento para exigir pressão sobre Israel: "Salvem-nos de nós próprios"
Sob o lema "No Business as Usual with Israel", os manifestantes pedem um embargo militar total a Israel e a suspensão imediata dos acordos europeus com Israel até que seja permitida a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza
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Dezenas de israelitas, mas também palestinianos e portugueses, juntaram-se esta terça-feira em frente à Assembleia da República, em Lisboa, para exigir que a comunidade internacional pressione Israel para acabar com a morte de civis na Faixa de Gaza.
Sob o lema "No Business as Usual with Israel", os manifestantes pedem um embargo militar total a Israel e a suspensão imediata dos acordos europeus com Israel até que seja permitida a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. "Salvem-nos de nós próprios" é o apelo que chega de cidadãos israelitas para acabar com a chacina em Gaza. O movimento mundial vai manifestar-se em várias cidades da Europa, incluindo em Lisboa.
"Sou uma pessoa tímida e realmente não gosto de falar em público, causar confusão, gritar. Mas, agora, como todas as pessoas que estão aqui, não consigo ficar em silêncio", ouve-se à porta da Assembleia da República.
Em Portugal, a iniciativa juntou algumas dezenas pessoas, que claramente estão pouco habituadas a protestos públicos judeus. Uns israelitas, outros não, palestinianos, portugueses, uns em nome de organizações, outros em nome próprio. Em suma, pessoas que querem dizer, fazer alguma coisa só por isso: por serem pessoas.
"Vim porque além do que o Governo possa fazer, precisamos que todos os cidadãos se mobilizem para esta causa, que parece que não toca aos portugueses e é mentira. Toca-nos a todos como seres humanos, como pessoas amantes da liberdade e da justiça", explica um dos participantes à TSF.
Alguns portugueses juntaram-se aqui para confirmar que, pode parecer, mas não estão sozinhos nesta angústia.
"Acho incrível como é que um povo que sofreu o genocídio às mãos dos carrascos nazis, agora estejam eles próprios a fazer esse papel. Isso é completamente demente, não consigo entender isso", desabafa uma manifestante.
Uma outra mulher portuguesa presente no protesto lembra que povo israelita "foi educado para desumanizar o povo palestiniano", mas o combate a essa ideologia cabe a todos os cidadãos. É "uma causa de humanidade".
Somos poucos hoje, amanhã seremos mais, até sermos mais do que eles
Pouca gente, muito improviso, mas quem aqui esteve presente fez o que pôde.