Maria das Dores Meira candidata-se como independente para que Setúbal "volte a sorrir"
À TSF, a mulher que foi presidente da Câmara de Setúbal entre 2006 e 2021 explica a razão de uma candidatura independente. Não se "identificava com muita coisa" no PCP "já há algum tempo", afirma
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Após ter confirmado a candidatura independente à Câmara Municipal de Setúbal nas próximas eleições autárquicas, Maria das Dores Meira sublinha à TSF que quer regressar ao município, onde esteve 15 anos, a fim de "voltar a pôr o concelho a sorrir".
Setúbal, como está, não pode continuar: "O desaire e o desalento de ver esta cidade tão bonita e que estava com uma grande dinâmica e com pujança a voltar a ter o brilho que lhe é devido", assinala.
Três anos após deixar a presidência da Câmara de Setúbal, a "insistência [das pessoas para regressar] é muito grande": "Volte que faz cá muita falta", pedem-lhe os munícipes.
Sem referir em que temas específicos, Maria das Dores Meira assume críticas à gestão da câmara liderada pela CDU: "Havia muita coisa no Partido Comunista que eu já não me identificava, já há algum tempo. Eles sabem bem disso."
"Uma cidade - e este concelho não é exceção - não é propriedade deste ou daquele partido, não é propriedade do PCP, nem do PS, nem do PSD. É propriedade de todos aqueles que quiserem fazer trabalho por Setúbal e melhorar a qualidade de vida das pessoas", acrescenta igualmente.
A concelhia de Setúbal do PCP questionou esta segunda-feira que "ambições e interesses se movem por detrás" da candidatura independente de Dores Meira. A ex-autarca não fica surpreendida com o tom do comunicado e critica quem "prefere aquele tipo de escrita, com acusações infundadas, quando não tem trabalho visível".
"O que me interessa, neste momento, é que o PCP expôs claramente que há uma rutura entre mim e o partido, que é pública há muito. Eu agradeço ao PCP ter confirmado esta rutura. Depois, valida a profunda transformação que houve no concelho durante os mandatos em que fui presidente", remata.
