Estimula "intervenção na economia": associações querem "aumento estrutural" da reforma e não "dádivas momentâneas"
No Fórum TSF, as associações destacam que as atualizações feitas ao valor das pensões não têm acompanhado a subida da taxa de inflação, tendo como consequência "o aumento do número de idosos em risco de pobreza"
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Associações de reformados apelaram esta segunda-feira para um "aumento estrutural" do valor das pensões e rejeitaram "dádivas momentâneas", que não contribuem para a resolução dos "problemas" desta classe. Defendem que o acrescento beneficia o "consumo e a intervenção na economia".
No caso das pensões, o aumento extraordinário, além do aumento normal que está na lei e que acontece desde 2017, este ano não está previsto no Orçamento do Estado para 2025. Se as condições económicas o permitirem, o Governo admite dar um bónus aos pensionistas, tal como fez este ano.
No Fórum TSF, Maria do Rosário Gama, presidente da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos, defende que, se há dinheiro para outras medidas, também tem de haver para aumentar pensões. Considera igualmente que todas as pensões que estão abaixo do limiar da pobreza, que neste momento se situa nos 591 euros: "São pensões que não permitem viver com dignidade."
"O ministro das Finanças queria descer dois pontos percentuais no IRC - ia diminuir bastante a despesa. Se ia diminuir a despesa, obviamente o aumento da receita seria complicado. Irá haver essa descida, poderá haver a descida de um porcento, portanto, lá vai a diminuição da despesa", aponta.
Maria Rosário Gama revela ainda ter a crença de que "as contas estão feitas pelos partidos da oposição, quando pedem um aumento percentual sobre o valor das pensões mais baixas", considerando que este é uma medida "justa".
"Aumentando as pensões, também aumenta o consumo e a intervenção na economia", justifica.
A líder da associação sublinha que este acrescento "estrutural" é "há muito" pedido pelos pensionistas e insiste que uma alteração "pontual" não é benéfica a longo prazo.
"Há muito que já declamamos que as pensões mais baixas, que deveriam ter um aumento estrutural e não pontual, como foi aquele que o Governo fez este ano: em outubro foi dado um bónus aos pensionistas com pensões mais baixas, mas a partir de novembro e dezembro volta tudo ao mesmo", critica.
A mesma ideia é partilhada pelo Movimento Unitário De Reformados Pensionistas E Idosos - MURPI - que esclarece que "não são dádivas momentâneas que vão resolver os problemas dos reformados". Pede, por isso, "valores reais que se manterão ao longo do ano".
"Aquilo que devem, neste momento, aos reformados, terá de ser admitido na altura em que se fizerem os aumentos em janeiro, porque, se não, não vale a pena", entende.
Maria Isabel Gomes, líder do MURPI, destaca que o valor das pensões não tem acompanhado as subidas da taxa de inflação e reforça que aquilo que pedem é um "aumento de 5%" do valor das pensões, num "mínimo de 70 euros".
"Temos de pensar que o valor das pensões não acompanha o valor do aumento dos bens essenciais e tem como consequência o aumento do número de idosos em risco de pobreza. Alertamos que a lei que está em vigor não resolve o problema", remata.
