Afluência às urnas maior do que há quatro anos, Marcelo não está preocupado com abstenção e apelos ao voto em dia de "festa da democracia"
Portugal vai a votos para eleger 308 câmaras e assembleias municipais e ainda 3221 assembleias de freguesia. Acompanhe tudo na TSF
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O almirante Gouveia e Melo considera que há mais fatores a ter em conta neste voto, além do PRR.
"Seria muito estranho que agora fôssemos todos votar só porque havia no horizonte a aplicação do PRR. Há muitos mais fatores. Nós temos de votar, essencialmente, porque queremos fazer parte da comunidade e queremos que a comunidade se desenvolva e progrida. E isso só depende de nós, porque nós é que escolhemos depois quem vai gerir o todo por nós. O todo para a comunidade", afirma o candidato à Presidência da República, acrescentando que estas serão umas eleições com mais afluência às urnas, porque, acredita, existe uma vontade de mudança.
O presidente da Assembleia da República considera positivo existir um dia mais tranquilo antes das eleições, mas Aguiar-Branco admite que talvez não se justifique manter o dia de reflexão.
É uma situação a rever no futuro. Hoje, com as novas tecnologias e com a informação que nos chega, se calhar, já não se justifica que haja um dia com essas características. Mas também não é mau na voragem que temos na nossa vida, naquilo que é uma dinâmica sempre acelerada, ainda que não seja puramente para a reflexão, seria bom termos um período de descanso, de serenidade, que por aquilo que é o nosso dia a dia, sempre muito apressado, talvez ajude a que possamos exercer o direito de voto de forma mais tranquila e, nesse sentido, se calhar, é positivo
A votação decorre, até esta hora, dentro da normalidade. Em declarações à TSF, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, André Wemans, assinala apenas pequenos incidentes.
"Há algumas questões quanto à abertura das mesas, às vezes por não estarem todos os membros necessários para haver quórum de abertura da mesa. Mas, tanto quanto sabemos, todas as mesas acabaram por abrir dentro do prazo legal. Depois, questões pequenas, por exemplo, de uma mesa que relatou não ter eletricidade, mas também foi resolvido. São pequenos incidentes, nada de maior", explica à TSF André Wemans.
A líder da IL, Mariana Leitão, apelou hoje à participação nas eleições autárquicas, considerando que constituem um "ato cívico fundamental para o bom funcionamento da democracia" e onde o "poder político está mais próximo das pessoas".
"As eleições autárquicas são extremamente importantes porque é onde o poder político está mais próximo das pessoas e onde aquilo que acontece no dia a dia nos municípios mais impacta as suas vidas. É muito importante as pessoas votarem para terem uma palavra a dizer sobre aquilo que será o futuro dos seus municípios", afirmou Mariana Leitão após ter votado na Escola Básica Cesário Verde, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa.
A líder da IL esteve cerca de cinco minutos à espera para votar e, aos jornalistas, considerou que "é um ótimo sinal que haja cada vez mais pessoas a votar e que a taxa de abstenção desça".
"E que as pessoas percebam que este ato cívico é fundamental para o bom funcionamento da democracia e, por isso, estou muita satisfeita que as indicações até agora sejam de maior afluência, e espero que se mantenha assim até ao final do dia", disse.
O Presidente da República votou em Celorico de Basto. Em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa mostra-se confiante na adesão dos portugueses às eleições autárquicas e considera que o interesse dos jovens tem aumentado. Por isso, não está preocupado.
Até às 12h00, a afluência às urnas foi de 21,72%, de acordo com os números avançados pela Comissão Nacional de Eleições. Há quatro anos, no mesmo período, era de 20,94%.
O PAN lamenta a falta de boletins em braile. Em declarações aos jornalistas, Inês Sousa Real adianta que "já receberam essa reclamação uma vez".
"Apesar de a lei não obrigar e de as pessoas com deficiência visual poderem votar acompanhadas, temos de ter uma sociedade que normalize a inclusão", afirma, esperando que isso possa ser corrigido nas próximas eleições.
André Ventura, do Chega, deixa um apelo ao voto, "seja qual for o espectro político" de cada um e sublinha a importância deste dia.
"Temos de sair do protesto do sofá para concretizarmos a nossa opção em voto. Não vale de nada passar o ano todo a criticar se quando chega o momento deixamos para outros o sentido de voto", diz.
Mariana Mortágua espera ter "uma boa noite eleitoral" e sublinha que houve "muito entusiasmo e muito empenho nesta campanha".
"É importante votar sobretudo nestas eleições autárquicas, são órgãos muito importantes. São quem gere o nosso dia a dia, as coisas que tantas vezes mais interferem com a nossa vida diária”, diz.
Rui Tavares espera que "toda a gente" vá votar este domingo e considera que estas são "eleições muito importantes".
"Os problemas que vemos todos os dias resolvem-se nestas eleições. É um voto que tem consequência muito direta na qualidade de vida das pessoas", disse, sublinhando que a "felicidade das pessoas passa pelas coisas pequeninas de todos os dias".
O porta-voz do Livre acrescenta que a "expectativa é que todos votem de forma tranquila".
O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, disse contar que a abstenção não seja muito alta nas autárquicas, após ter esperado cerca de meia hora para conseguir votar, o que classificou como um "bom sinal".
"Eu acredito que a abstenção não vai ser muito alta desta vez, mas, enfim, estamos próximos do meio-dia, ainda temos muito dia pela frente e às vezes há fenómenos conjunturais que ajudam a justificar o fluxo maior ou menor, dependendo das horas e dependendo das eleições", declarou Nuno Melo.
Após uma espera de cerca de meia hora, o líder do CDS-PP e ministro da Defesa classificou, aos jornalistas, ser "um bom sinal".
"Tudo o que um democrata não quer é a abstenção. A participação democrática é fundamental e desse ponto de vista, até comparativamente com outras eleições aqui [pelo Porto], aparentemente a adesão tem sido grande até este momento", partilhou.
Nesta escola, na União das freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, Nuno Melo desejou que muita gente se dirija às urnas e considerou que o apelo nestes momentos "é absolutamente crucial".
O secretário-geral do JPP, Élvio Sousa, apelou ao voto nas eleições autárquicas, realçando que a democracia constrói-se todos os dias, e disse esperar um bom resultado do partido.
"O primeiro apelo que eu faço é para as pessoas irem votar, porque levou imenso tempo a conquistar esse direito e é uma oportunidade também para a democracia, porque a democracia constrói-se todos os dias com cidadãos livres e conscientes", afirmou Élvio Sousa.
O secretário-geral do JPP falava aos jornalistas à entrada do Centro Paroquial de Gaula, no concelho madeirense de Santa Cruz, cerca das 11h30, pouco antes de ir votar.
"O trabalho está feito e compete-me sobretudo consciencializar e apelar a todas as pessoas para exercer esse direito de voto, relembrando que a Constituição lembra sempre e está lá escrito que o poder político pertence ao povo e hoje o poder político está nas mãos dos cidadãos, que têm capacidade eleitoral e está nas mãos do povo", reforçou.
Élvio Sousa disse ainda esperar que o partido consiga obter "um bom resultado", não só em Santa Cruz, "como nos outros lados", salientando que no dia de hoje tem de "ter muito cuidado com as palavras".
"O poder político, o poder está nas mãos do povo e a justiça popular será feita hoje", concluiu o responsável do JPP, o maior partido da oposição madeirense e que tem representação na Assembleia da República com um eleito.
Cavaco Silva espera uma "grande afluência às urnas": "Votar é um direito, mas também um dever."
O antigo Presidente da República refere que "está um belo dia", por isso, "ninguém tem desculpa para não votar". "Eu apelo a todos os portugueses que mostrem que querem participar, que querem escolher os autarcas para o seu concelho e para a sua freguesia", sublinha.
Alexandra Leitão diz que o dia de eleições "é sempre um dia de festa": "É sinal de uma democracia pujante."
A candidata a Lisboa sublinha ainda a importância de as pessoas terem "um voto esclarecido".
Alexandra Leitão diz-se ainda “muito satisfeita pelo caminho que foi feito". "Vamos esperar que a democracia fale.”
Também Pedro Duarte refere que é "muito importante que as pessoas vão às urnas".
"Respeitando a vontade de todos, é um dia importante para o futuro das nossas terras, neste caso, da cidade do Porto. Se os portuenses puderem acorrer às urnas, será um excelente sinal para a democracia", afirma, sublinhando estar "muito tranquilo".
"Seja qual for o resultado, os portuenses vão decidir bem", acrescenta.
João Ferreira, candidato da CDU a Lisboa, considera que "esta é uma forma fundamental de participar na vida das cidades".
Garantindo estar "sereno", João Ferreira refere que a "campanha foi longa, mas esclarecedora": "Creio que valeu a pena, permitiu deixar claros projetos e visões diferentes e agora cabe às pessoas qual das visões vai ao encontro dos seus desejos."
Carlos Moedas diz que o dia das eleições "é sempre uma alegria": "É o dia da democracia, o dia em que as pessoas podem escolher, é um dever. E sobretudo, é o dia da democracia autárquica”, afirma.
Destacando que este é um "dia muito importante", Moedas sublinha que "as escolhas dos eleitores vão decidir o futuro da cidade, o voto de cada um conta".
Paulo Raimundo também já votou, na Moita, e afirmou que "não sabe" se o "mapa autárquico será muito diferente": "No fim, logo se vê."
O secretário-geral do PCP acredita que não haverá "grandes ondas de indecisão".
Manuel Pizarro espera que os eleitores "possam dar o seu contributo" nestas eleições autárquicas. "As pessoas do Porto têm um especial amor pela sua cidade", considera, sublinhando que "é bom sinal que as pessoas venham votar".
Destacando uma "campanha animada", o candidato socialista à câmara do Porto espera que isso "mobilize as pessoas para o voto".
"Qualquer democrata tem de estar preparado para qualquer resultado", afirma, assinalando a "mudança de ciclo político no Porto", algo que "cria maior entusiasmo". “As pessoas vão fazer uma escolha tranquila”, acredita.
"Respeito muito a escolha dos portuenses", acrescenta.
Minutos depois de Luís Montenegro, foi a vez de José Luís Carneiro. O líder do PS votou no Porto e, em declarações aos jornalistas, apelou ao voto de todos os portugueses: "A escolha para as autarquias é das mais importantes escolhas para o futuro da nossa vida coletiva."
"O apelo é que todos possam participar neste ato eleitoral porque é uma festa da democracia", disse.
O socialista acredita "numa boa participação eleitoral": "Em regra, as eleições autárquicas têm uma maior participação", disse, sublinhando que foi uma "campanha muito intensa": "Senti que o PS voltou, independentemente dos resultados finais. Muitas pessoas reencontraram-se com a democracia e também com o Partido Socialista."
Luís Montenegro votou, pelas 09h00, em Espinho. Em declarações aos jornalistas, o líder do PSD começou por falar num "dia muito importante para a democracia", apelando ao voto: "É muito relevante que os portugueses participem."
O também primeiro-ministro referiu que "o futuro do país depende muito desta escolha", esperando que "o nível de participação possa ser elevado". "Muita da transformação dos territórios parte das funções das autarquias", lembrou.
Montenegro espera também que tudo "corra com tranquilidade". "Desejo que os portugueses, a pensar no futuro, possam exercer o seu direito e cumprir aquele que é dever cívico e democrático", sublinhou.
Questionado sobre a declaração de Marcelo Rebelo de Sousa, no sábado, o presidente do PSD disse que o chefe de Estado “assinalou o elevadíssimo nível de investimento público dos próximos anos e conclui que é muito relevante que os portugueses possam participar no processo de alinhamento e aceleração dos investimentos”.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) disse este domingo que a votação das eleições autárquicas para escolha dos dirigentes dos municípios e das freguesias para os próximos quatro anos "está a decorrer com normalidade".
Em declarações à Lusa, fonte oficial da CNE referiu que pelas 09h00 não havia registos de problemas na abertura das mesas de voto.
"[Houve] algumas situações muito pontuais de falta de membros nas mesas, mas que ficaram resolvidas antes da abertura das mesas. Até agora [09h00] não temos registo de nenhum problema na abertura das mesas de voto", disse.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, diz que os próximos quatro anos serão essenciais na execução dos fundos europeus e, por isso, releva ainda mais as eleições autárquicas.
"Neste ano, não votar é renunciar a uma oportunidade única de beneficiar de uma situação financeira irrepetível", disse o chefe de Estado no Palácio de Belém, relevando que também é "renunciar" à preocupação com as autarquias.
As eleições autárquicas realizam-se este domingo. Depois de quase duas semanas de campanha eleitoral, o país vai a votos para eleger 308 câmaras e assembleias municipais e ainda 3221 assembleias de freguesia.
As urnas abrem pelas 08h00 e encerram às 19h00, com os primeiros resultados a começarem a ser conhecidos pelas 20h00.
