Reportagem TSF nos EUA: o 25 de Abril também passa pelas eleições norte-americanas

Não terá qualquer influência no resultado das eleições norte-americanas, mas o conhecido Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova Iorque, tem, por estes dias, um ciclo dedicado à “revolução em curso no cinema português”.

A iniciativa celebra os 50 anos do 25 de Abril e coincide com as eleições presidenciais nos EUA, uma vez que decorre até dia 17 de Novembro.

O curador e membro do departamento de cinema do MoMA, Francisco Valente, assume que a escolha do momento não foi inocente. As eleições norte-americanas foram “uma das razões para falar da revolução, de como a liberdade é importante para todos nós. Com certeza que (a democracia) está em questão”, admite Francisco Valente, bastante crítico em relação a Donald Trump.

O português, que trabalhou com a Cinemateca na organização deste ciclo, afirma que se pretende olhar para a “memória da revolução, antes, durante e depois”, num encontro entre “o passado e o presente”. Por isso, aos nomes de Manoel de Oliveira, José Fonseca e Costa, Paulo Rocha ou João César Monteiro, juntam-se realizadores mais jovens, como Miguel Gomes e Catarina Vasconcelos.

No total, são 46 filmes que têm merecido o aplauso do público norte-americano. Até dizem que “não sabiam que Portugal tinha uma história política tão interessante”. Quanto aos espectadores portugueses, alguns comovem-se e o mesmo acontece com Francisco Valente. “É o dia mais bonito da história de Portugal”, afirma, para defender que o 25 de Abril deve ser “um momento de união e libertação”.

Há cinco anos, nos EUA, Francisco votou pela primeira vez nas eleições presidenciais, através do voto antecipado, e espera celebrar a vitória da democracia, nos 50 anos da revolução dos cravos. Afinal, a liberdade e o 25 de Abril também passam pelas eleições desta terça-feira.