"Foi de um dia para o outro." Produtor alentejano perdeu 28 ovelhas devido à doença da língua azul

Um produtor de Vila Viçosa já soma 28 ovelhas mortas e duas estão doentes. Diz que o vírus chegou de repente à sua exploração, enquanto o veterinário assume que há pouco a fazer, além de esperar que a medicação resulte.

António Pinguicha mostra duas ovelhas que estão a resistir à "língua azul" afastadas do resto do rebanho, mas já denotam pouca energia. Uma tem dificuldade em equilibrar-se quando caminha e a outra já nem se põe de pé, exibindo secreções.

"Foi de um dia para o outro. Quarta-feira estive aqui a tratar das ovelhas, mas na quinta já encontrei seis doentes", relata. Admite que ao princípio nem desconfiou da "língua azul", porque os sintomas que os animais apresentavam eram diferentes dos que já tinha assistido há cinco anos, quando perdeu uma ovelha afetada pela febre catarral, tendo a sua exploração ficado de quarentena.

"Desta vez aparecem com as orelhas e olhos inchados, além da boca escura. Da outra vez, inchava-se muita a boca", descreve o produtor, que assume ter investido já muito dinheiro na medicação que o veterinário vai receitando, tendo o médico assumido que agora é esperar pela evolução.

Além das 28 mortes, António Pinguicha já registou mais 20 abortos entre as suas ovelhas. Neste momento tem cerca de 30 borregos, quando nesta altura já deveria ter mais do dobro.