"Era dourada", dois géneros, "deportações em massa", Luther King, Golfo da América. Eis o discurso de posse de Trump
Donald Trump é o 47.º Presidente dos Estados Unidos. Saiba o disse Trump no discurso de posse
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No discurso inaugural, Donald Trump anuncia que "o Golfo do México vai passar a ser o Golfo da América" e que o canal do Panamá será retomado. Estas duas posições dão mérito ao legado de William McKinley, acredita o Presidente dos Estados Unidos.
Acima de tudo, a minha mensagem é que chegou a altura de agirmos com coragem. Ao libertarmos a nossa nação vamos virá-la para novos picos de sucesso. (...) A América vai aumentar as expectativas. Iremos até às estrelas para pousar a bandeira americana em Marte.
O discurso durou cerca de 30 minutos, tendo Donald Trump acabado como começou: "Vamos tornar a América grande novamente."
O futuro é nosso. A era dourada acabou de começar.
Após prestar o juramento, Donald Trump discursa no Capitólio.
O Presidente dos Estados Unidos garante que "a era dourada da América começa agora" e que, "hoje em diante, o nosso país vai reflorescer".
Trump assume-se "otimista" com o regresso à Casa Branca, mesmo com os "muitos desafios".
"Temos um Governo que recusa defender as fronteiras americanas e o seu próprio povo. (...) Temos um Governo sem conseguir dar a defesa necessária. Não podemos deixar que isso aconteça. Isto vai mudar", diz, lançando também críticas ao sistema de saúde e de ensino.
A partir de agora, o declínio da América acabou.
Donald Trump faz referência ao tiro que levou no ouvido durante um comício na Pensilvânia, recuperando o slogan de campanha: "Sobrevivi para tornar a América grande novamente." Ainda com referências passadas, Trump nota que é dia de Martin Luther King e que o país “vai trabalhar para tornar os seus sonhos realidade”.
O novo Presidente sublinha que "a unidade nacional está a voltar" e anuncia que vai declarar uma emergência nacional na fronteira Sul: "Todos os que entraram ilegalmente vão ser detidos. Vamos dar início ao processo de deportação de criminosos (...) Acabarei com a prática de apanhá-los e libertá-los."
"Hoje vou ainda declarar uma emergência nacional de energia", acrescenta, garantindo que "a América vai voltar a ser um país de produção industrial". No discurso inaugural, Trump anuncia ainda que vai "tributar e taxar os países estrangeiros, enriquecido a América", e "devolver liberdade de expressão à América".
Vamos fazer com que a lei e ordem voltem às nossas realidades. (...) Vamos criar uma sociedade com base no mérito. A partir de hoje, só há dois géneros: masculino e feminino.
Trump quer as Forças Armadas "mais fortes do mundo (...), focadas em derrotar os inimigos da América".
Donald Trump presta o juramento e torna-se o 47.º Presidente dos Estados Unidos.
JD Vance é o primeiro a prestar o juramento.
O novo vice-presidente dos Estados Unidos é o terceiro mais jovem da história norte-americana.
Donald Trump e Joe Biden chegaram (juntos) ao Capitólio. Marcam também presença antigos Presidentes dos EUA, entre eles Barack Obama e Bill Clinton, e o ex-vice Mike Pence.
O Presidente argentino e a primeira-ministra italiana, a única líder de um país da União Europeia presente, também vão assitir à cerimónia presencialmente.
Nas últimas horas enquanto Presidente dos EUA, Joe Biden concedeu "indultos preventivos" a vários funcionários públicos, críticos de Donald Trump, por considerar que “não merecem ser alvo de processos injustificados e politicamente motivados”.
O ainda chefe de Estado perdoou esta segunda-feira Anthony Fauci, Mark Milley e vários membros da comissão que investigaram o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio, num uso extraordinário dos poderes da presidência, a fim de os proteger contra uma potencial “vingança” da nova Administração Trump.
A decisão de Biden surge depois de Donald Trump ter alertado para uma lista de inimigos, que conta com os nomes daqueles que o contrariaram politicamente ou procuraram responsabilizá-lo pela tentativa de anular a sua derrota nas eleições de 2020 e pelo seu papel na invasão do Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021.
Donald Trump vai ser empossado, esta segunda-feira, e o tema subiu a debate no Fórum TSF. Da economia ao ambiente, passando pela política, Luís Miguel Ribeiro, da AEP, Francisco Ferreira, da Zero, e o politólogo António Costa Pinto, traçam os desafios que se colocam com o regresso do republicano à Casa Branca.
“A emissão desses perdões não deve ser confundida como um reconhecimento de que qualquer um destes indivíduos se envolveu em qualquer irregularidade, nem a aceitação deve ser mal interpretada como uma admissão de culpa por qualquer ofensa”, disse Biden, num comunicado.
“A nossa nação tem para com estes funcionários públicos uma dívida de gratidão pelo seu incansável empenho no nosso país", sublinhou.
Henrique Burnay, professor no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, prevê grandes mudanças não só nos EUA, mas em todo o mundo. Em declarações à TSF, considera que estamos a entrar numa nova era.
"É de esperar que haja grandes alterações no país e no mundo. Isso significa que nos Estados Unidos - e a Presidência de Trump é um exemplo claríssimo disso - olha-se para o mundo e já não se pensa: 'Vamos proteger esta lógica do mundo globalizado, uma lógica do comércio razoavelmente livre, uma lógica de não protecionismo.' Pelo contrário, a atitude americana, neste momento, é protecionista e não estamos para carregar o custo dos nossos aliados. Isso é uma mudança substancial, isto é um mundo completamente diferente", afirma.
Um dos alvos de Trump serão os imigrantes sem papéis, com a promessa de deportações em série. Filha de imigrantes portugueses, Katherine Soares, presidente da PALCUS, uma organização que defende os interesses dos luso-americanos nos Estados Unidos, acredita que os portugueses podem ser atingidos, ainda que não de imediato.
"Há imigrantes indocumentados de origem portuguesa, como também há empresários que têm muitos empregados indocumentados. Há receio de que se comece de novo as rusgas aos locais de trabalho. Vai eventualmente afetar a comunidade portuguesa, mas deve demorar algum tempo, porque a prioridade desta Administração que vai dar entrada hoje vão ser os grupos de imigrantes indocumentados da América Latina e do Médio Oriente", explica à TSF Katherine Soares, sublinhando que o segundo mandato de Donald Trump vai ser muito mais extremado e sem regras.
Donald Trump toma esta segunda-feira posse como o 47.º Presidente norte-americano, numa cerimónia em Washington marcada pela presença de políticos internacionais populistas e de extrema-direita, mas com escassos responsáveis governamentais e sem líderes da União Europeia (UE).
O momento marcará o regresso à Casa Branca do político republicano, que venceu a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, nas eleições presidenciais norte-americanas de 5 de novembro, depois de um primeiro mandato (2017-2021) e de ter falhado a reeleição, face à vitória de Joe Biden.
Tradicionalmente vista como uma forma de sinalizar relações diplomáticas, a lista de convidados de Trump baseia-se mais em convites diretos a aliados próximos, incluindo vários políticos mundiais de extrema-direita e populistas.
Ricardo Alexandre, editor de Política Internacional da TSF, considera que o segundo mandato de Trump será de continuidade relativamente ao primeiro: "Vai ser mais do mesmo (...) imprevisível, disruptivo e destrutivo, mentiroso e vingativo, incoerente, nacionalista e unilateralista."
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros António Martins da Cruz considera que a nova Administração Trump será diferente da primeira. Em declarações à TSF, o antigo chefe da diplomacia portuguesa destaca os "três testes primordiais" do Presidente eleito na política externa.
"A nova Administração Trump não vai ser como a primeira. Para sabermos se o mundo vai ser diferente, vamos ter três testes primordiais na política externa da nova Administração Trump. O primeiro, que já começou a ter uma solução, é o Médio Oriente. Há uma solução onde Trump foi determinante para o cessar-fogo em Gaza. Mas vamos ver como se passa à segunda e à terceira fase do acordo e vamos ver o que se passa no Irão. O segundo teste é a Ucrânia e isto significa depois a NATO. O terceiro teste é a China. Vai prolongar-se uma espécie de guerra fria com a China, envolvendo taxas e outras coisas, ou vai haver um entendimento com a China? Eu acho que estes são os três testes principais: Israel e Médio Oriente, Europa com a Ucrânia e NATO e a China", afirma à TSF António Martins da Cruz.
O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu no domingo à noite pôr fim à “invasão” que considera representar a imigração ilegal, um dos seus principais temas de campanha, num comício em Washington, na véspera de tomar posse.
“Vamos acabar com a invasão das nossas fronteiras”, disse Trump, perante milhares de apoiantes reunidos no chamado 'Comício da Vitória'. O empresário que se tornará o 47.º Presidente dos Estados Unidos ao meio-dia desta segunda-feira (17h00 de Lisboa) prometeu emitir uma centena de ordens executivas no seu primeiro dia na Casa Branca.
