Montenegro admite ter sido "provocatório" quando afirmou que os jornalistas recebiam perguntas "sopradas"
Num artigo no jornal Expresso, o primeiro-ministro refere que conhece a utilidade tanto do auricular como do telemóvel e das redes sociais para o trabalho jornalístico, sublinhando que também os membros do Governo usam esses métodos para comunicarem
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Luís Montenegro admite ter sido ofensivo para com os jornalistas nas declarações sobre o uso de auriculares e telemóveis durante o trabalho. É o que refere o próprio num artigo no jornal Expresso.
Na abertura da conferência sobre "O futuro dos media", o primeiro-ministro criticou o uso desses aparelhos, afirmando que através deles os jornalistas recebiam perguntas "sopradas": "Uma das coisas que mais me impressiona hoje, quero dizer-vos aqui olhos nos olhos, é estar com seis ou sete câmaras à minha frente e ter os jornalistas a fazerem-me perguntas sobre determinado acontecimento e ver que a maior parte deles tem um auricular no qual lhe estão a soprar a pergunta que devem fazer. E outros à minha frente pegam no telefone e fazem a pergunta que já estava previamente feita", declarou na última terça-feira.
No jornal Expresso, o líder do Executivo reconhece que, de certa forma, "provocou q.b." a classe jornalística, mas achou "manifestamente exagerada" a reação contra o comentário, já que a declaração estava "muito descontextualizada".
"Não desconheço a utilidade dos auriculares e dos telemóveis no exercício profissional dos jornalistas e também não desconheço a utilidade e o potencial das redes sociais, quando utilizadas com rigor. Eu próprio e os membros do meu Governo utilizamos esses aparelhos na nossa intercomunicação e as redes sociais como poderosa ferramenta de comunicação direta", escreve ainda.
