Idosos vão ter linha de apoio telefónica e "mais vulneráveis" acesso a rede de gestores
O Plano de Ação para o Envelhecimento Ativo e Saudável é lançado esta quarta-feira. O coordenador Nuno Marques espera que algumas medidas sejam implementadas "durante este ano".
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O Plano de Ação para o Envelhecimento Ativo e Saudável está disponível a partir desta quarta-feira e prevê em três anos “atenuar o impacto das alterações demográficas e do envelhecimento da população”. O coordenador do plano Nuno Marques, em entrevista ao jornal Público, adianta que as pessoas com idade superior a 60 anos vão ter até ao final do ano uma linha telefónica de apoio.
“Espera-se que a linha seja criada durante este ano. (...) Através da linha telefónica, onde há profissionais de saúde ou da área social que informam e ajudam a encontrar soluções”, diz Nuno Marques ao Público, acrescentando que “não se pretende uma linha apenas informativa, mas também que ajude a pessoa a resolver os problemas”.
O plano de ação atua em seis pilares, como a "promoção de saúde e prevenção de doença", e conta com mais 83 medidas e 135 atividades.
Para os “mais vulneráveis”, o Governo pretende avançar com uma estrutura em rede nos municípios. Chama-se “Gestores 60+” e pretende evitar que idosos andem perdidos no sistema. O levantamento das situações de vulnerabilidade deverá ser feito, segundo a mesma fonte, no terreno pelas 278 equipas do projeto Radar Social.
O objetivo é que sejam criados dois mapas de georreferenciação social: um para identificar quem precisa de mais apoio, outro para quantificar os lares que existem no país, incluindo os privados.
No entanto, Nuno Marques sublinha que quando as pessoas são questionadas “onde querem estar quando envelhecem, a resposta é: em casa” e, por isso, os lares devem ser vistos como a última resposta possível. Até 2026, o Governo quer criar duas mil novas vagas em habitações colaborativas, financiadas pelo PPR.
“Para outras áreas temos o Orçamento de Estado”, nota Nuno Marques, argumentando que as habitações colaborativas “são quase condomínios em que há uma instituição que garante os apoios necessários”.
“A pessoa não vive num quarto, como quando está num lar, tem a sua cozinha, a sua sala, o seu espaço. Isto implica ter equipas multidisciplinares com fisioterapia, psicologia, enfermagem”, explica.
Portugal é atualmente o quarto país mais envelhecido do mundo e ainda está longe dos melhores indicadores quanto à qualidade de vida após os 65 anos. Nuno Marques lembra, por outro lado, que "o envelhecimento não é um problema, é uma oportunidade de adaptação da sociedade, incluindo em termos económicos".