Um bombeiro da Covilhã morre em acidente de viação, Governo prolonga situação de alerta até terça-feira
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O presidente da Liga dos Bombeiros, António Nunes, desmentiu na SIC Notícias que um segundo bombeiro teria morrido na sequência do acidente na Covilhã. Esse operacional está em estado crítico, esclareceu ainda.
A informação da confirmação da segunda morte tinha sido avançada pela agência Lusa, que citava fonte oficial da Liga dos Bombeiros.
Um segundo bombeiro do Corpo de Bombeiros da Covilhã morreu este domingo na sequência do acidente de viação ocorrido naquele concelho, a caminho de um incêndio rural, de acordo com a Liga dos Bombeiros.
Fonte oficial da Liga confirmou à Lusa a morte deste segundo operacional envolvido no acidente com um veículo dos bombeiros que se deslocava para um incêndio rural no concelho do Fundão, iniciado na localidade de Quinta do Campo.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, recebeu com "profunda tristeza" a notícia do bombeiro que morreu este domingo na sequência de um acidente de viação. Na rede social X, envia as "mais sinceras" condolências à família enlutada e deseja "uma rápida recuperação" aos feridos.
"Portugal deve muito aos seus bombeiros, que não desistem e entregam todo o esforço e sofrimento para nos proteger e defender", nota igualmente.
O Presidente da República lamentou este domingo "a trágica morte" num acidente de viação de um bombeiro da corporação da Covilhã, "em pleno serviço à comunidade" em contexto do combate aos incêndios rurais, e que provocou também ferimentos noutros operacionais.
"O Presidente da República acaba de saber da trágica morte de um bombeiro da corporação da Covilhã, em acidente de viação, ocorrido em pleno serviço à comunidade no quadro do combate aos incêndios, onde ficaram também seriamente feridos dois outros camaradas seus", lê-se numa nota divulgada na página da Internet da Presidência da República.
Na nota, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, salienta que o acidente ocorreu depois de "10 dias de ininterrupta doação sem limites de tempo e de espaço" de todos os operacionais.
"O Presidente da República já transmitiu o seu profundo pesar solidário ao comandante da corporação e ao presidente da Câmara Municipal da Covilhã, pedindo-lhes que o fizessem chegar à família enlutada e às famílias que vivem a angústia do estado de saúde dos bombeiros feridos", é ainda referido na mensagem.
Um bombeiro do Corpo de Bombeiros da Covilhã morreu este domingo num acidente de viação quando se deslocava para um incêndio rural que deflagrou no concelho do Fundão, indicou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Em comunicado, o organismo indica que o acidente ocorreu pelas 19h10 e que há ainda “quatro bombeiros feridos, que estão a ser resgatados/assistidos pelas equipas de emergência no local”.
A situação de alerta devido ao risco agravado de incêndio foi prolongada até às 24h00 de terça-feira, anunciou este domingo a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, numa declaração sem direito a perguntas na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
O incêndio que lavra no concelho de Góis está praticamente controlado, havendo ainda um foco junto a Aigra Nova que progride, mas sem inspirar preocupação, disse à Lusa, pelas 15h10 deste domingo, o presidente do município.
"O incêndio está já controlado. Temos colocadas equipas para fazer a vigilância. Durante a noite, desenvolvemos uma ação que permitiu abrandar o fogo", referiu Rui Sampaio.
O autarca espera, caso não aconteça nada de extraordinário, que a situação se resolva por completo, mas as equipas não baixam a guarda e mantêm-se vigilantes.
A única situação em que o fogo "vai progredindo" é junto a Aigra Nova, mas "não inspira preocupação".
A Câmara Municipal de Góis, no distrito de Coimbra, tem a funcionar na Casa da Cultura uma base logística, onde presta apoio social e psicológico à população afetada.
Segundo Rui Sampaio, não houve aldeias afetadas pelo incêndio, mas, por precaução, alguns moradores optaram por passar ali a noite.
Este incêndio, que começou na quinta-feira no concelho da Lousã, no mesmo distrito, passou na sexta-feira para o município de Góis e a autarquia ativou o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil.
As povoações de Meãs e Aradas, nordeste do concelho da Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra, estão ameaçadas por uma frente de fogo descontrolada com origem no incêndio de Arganil, disse à Lusa o presidente da Câmara, pelas 17h40.
A frente de fogo, que se mantinha ativa na manhã deste domingo acima da aldeia das Meãs, mas relativamente controlada, intensificou-se e descontrolou-se já depois das 17h00, e está a pôr em perigo aquelas duas povoações, com poucos meios de combate no local, disse Jorge Custódio.
Agravou-se muitíssimo. O vento mudou, ventos com grande velocidade, e neste momento tenho um fogo completamente descontrolado, a entrar para a povoação das Meãs e para a povoação de Aradas. Esta era uma povoação que não estava na linha de fogo e agora já está
O incêndio evolui na freguesia de Unhais-o-Velho e a sede daquela autarquia, localizada a cerca de três quilómetros da frente de chamas, também está na linha de fogo.
Jorge Custódio frisou ainda que os meios de combate no local são muito poucos: "Há poucos meios aéreos e viaturas e homens muito poucos. Para a dimensão do fogo que está, não temos praticamente ninguém."
"Neste momento a dimensão está de tal maneira, e ele está de tal maneira descontrolado que já não há carros suficientes até para proteger as povoações", avisou o autarca.
Questionado sobre alguns relatos de problemas no Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), o comandante sinalizou que houve "alguns reportes de falhas pontuais da comunicação", mas sublinhando que "à data de hoje não há reporte de anomalia na rede SIRESP".
As nove ocorrências que motivam hoje à tarde maior preocupação no combate aos fogos estão a mobilizar 3226 operacionais, 1100 veículos e 13 meios aéreos, informou a Proteção Civil nacional num balanço às 14h00.
O comandante nacional da Proteção Civil, Mário Silvestre, indicou no ponto de situação dos incêndios em Portugal continental que até às 12h30 deste domingo foram registadas 28 ocorrências, das quais 22 tiveram início no período noturno, ou seja, entre as 00h00 e as 08h00.
"Neste momento, em todo o país, temos nove ocorrências que apresentam mais preocupação", indicou, enumerando: Trancoso (serra da Estrela), Vila Boa (Sátão), Piódão (Arganil), Candal (Lousã), Pêra do Moço (Guarda), Poiares (Freixo de Espada à Cinta), Aldeia de Santo António (Sabugal), Sortelha (Sabugal) e Vilarinho (Tarouca). Segundo o Comando Regional do Centro, os incêndios de Sátão e Trancoso uniram-se no terreno, mas a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) continua a indicar os dados de forma separada.
Segundo Mário Silvestre, "em operações em fase de resolução, conclusão e vigilância há 28 ocorrências, que estão a empenhar 703 operacionais, 216 veículos e 12 meios aéreos" no total.
Neste ponto de situação, realizado na sede da ANEPC, em Carnaxide (Oeiras, distrito de Lisboa), Mário Silvestre deixou ainda o apelo à população para ter cautela no estacionamento de veículos em zonas de incêndio, já que podem perturbar a circulação dos bombeiros.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem de 74 anos, "em flagrante delito", por suspeitas da prática do crime de incêndio florestal na cidade da Mêda, no distrito da Guarda, após uma denúncia.
O suspeito foi detido no sábado por inspetores do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da Guarda, na sequência de uma comunicação, sob anonimato, de um cidadão afetado, adianta a PJ num comunicado enviado à agência Lusa.
"Foi possível apurar que o suspeito terá ateado o incêndio com recurso a chama direta, num espaço de floresta, nas proximidades de uma exploração agropecuária, sem motivo evidente", é referido.
A situação colocou em risco bombeiros e populares, que, "a poucos metros de distância, combatiam um incêndio preexistente, num dia fortemente marcado por incêndios florestais no mesmo distrito".
"O incêndio, colocado nas costas daqueles que procediam ao combate da primeira frente do fogo, não assumiu maiores proporções em virtude da pronta intervenção dos bombeiros", adianta a PJ.
O detido tem antecedentes criminais por outro tipo de crimes e vai ser presente a primeiro interrogatório judicial, para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
O inquérito é dirigido pelo Ministério Público da Guarda.
É o terceiro suspeito do crime de incêndio florestal detido desde sexta-feira no distrito da Guarda.
Os incêndios rurais que lavram na região Centro do país obrigaram este domingo ao corte de seis estradas nacionais EN, nos dois sentidos, nos distritos de Coimbra, Guarda e Leiria, segundo a GNR.
Num comunicado relativo ao balanço das 12h45 deste domingo, a Guarda Nacional Republicana (GNR) adianta que estão interditadas à circulação a EN236, entre as localidades de Castanheira de Pera (distrito de Leiria) e Alfocheira (concelho de Lousã, distrito de Coimbra); e a EN342, entre as localidades de Portela de Albergaria (limite do concelho da Lousã) e Ponte de Sótão (concelho de Góis, também distrito de Coimbra)
No distrito da Guarda, no concelho de Pinhel, estão cortadas a EN222, entre as localidades de Freixedas e Gouveias, e a EN340, nas proximidades das localidades de Freixedas, Pêra do Moço e Pinhel.
Ainda no distrito da Guarda, estão interditadas a EN233, concelho da Guarda, nas proximidades das localidades de São Bartolomeu Vale Mourisco e Quintas; e, no concelho de Sabugal, a EN324, nas proximidades das localidades de Quinta das Vinhas, Cerdeira, Rapoula do Coa e as Termas do Cró.
A falta de visibilidade está a impedir os aviões de atuarem na única frente ativa do incêndio com origem em Sátão e Trancoso, virada para Vila Nova de Foz Côa, disse à agência Lusa o responsável pelo combate.
"Estamos com uma dificuldade, porque temos aqui os meios aéreos disponíveis, os de asa fixa [aviões], mas não conseguimos, ou seja, não temos visibilidade e não há condições de segurança para eles entrarem", admitiu cerca das 12h00 à agência Lusa o comandante no terreno, David Lobato.
O também comandante Sub-regional do Médio Tejo, que assumiu o comando do "complexo Sátão/Trancoso" no dia de hoje, disse que foi feito um voo de helicóptero para analisar a segurança e "a recomendação do piloto é de que não há segurança".
"É um 'handicap' à nossa estratégia, mas temos de aguardar que as condições melhorem para haver segurança" e os aviões combaterem naquela que chama a frente três deste incêndio que teve início em dois, em Sátão e Trancoso.
A frente ativa do incêndio de Arganil, junto à povoação de Relvas, ameaça estender-se ao concelho da Pampilhosa da Serra, uma constante ao longo dos últimos dias, disse o presidente da Câmara Municipal.
O município da Pampilhosa da Serra tem sido afetado, em vários locais, pelo incêndio com origem em Arganil, e a frente atualmente mais preocupante volta a ameaçar a Pampilhosa da Serra, pela localidade de Cartamil, disse à Lusa o autarca Jorge Custódio.
Aquele local, onde existe uma ribeira, uma zona de lazer e uma ponte com o mesmo nome, fica num vale pronunciado que se estende para sul entre vertentes escarpadas da serra do Açor, e onde se localizam várias pequenas aldeias.
"É a frente que mais nos preocupa, vem do lado de Arganil e está a descer a encosta da Teixeira e das Relvas, Relvas sobretudo. Neste momento, esse fogo ainda não está na Pampilhosa [da Serra], mas se continuar, como se prevê, vai passar a linha de água para o lado da Pampilhosa", explicou.
Passando a ponte em Cartamil, vale abaixo a aldeia mais próxima é Mata, outra das localidades que pode vir a ser ameaçada.
Por outro lado, caso o incêndio se estenda para a encosta do lado poente, poderá dirigir-se a Fajão, a dois quilómetros de distância de Cartamil, uma das localidades mais conhecidas e concorridas daquela zona e onde se situa o 'Geocospe', o observatório astronómico do projeto Dark Sky Aldeias de Xisto.
Segundo Jorge Custódio, o território da Pampilhosa da Serra mantém, por outro lado, uma frente ativa no nordeste do concelho, ao cimo da aldeia de Meãs, também derivada do incêndio que nasceu em Arganil na quarta-feira, e se estendeu ainda aos concelhos de Oliveira do Hospital, Seia (Guarda) e Covilhã (Castelo Branco).
Um grupo de advogados voluntários vai prestar aconselhamento e apoio jurídico gratuito a cidadãos e empresas afetados pelos incêndios rurais que têm devastado várias regiões do país, numa iniciativa da Ordem dos Advogados, anunciada este domingo.
A criação desta “bolsa de advogados voluntários” surge numa altura em que Portugal enfrenta “uma das piores vagas de incêndios dos últimos anos”, já com uma vítima mortal confirmada e prejuízos materiais significativos, refere a instituição em comunicado.
Face à “dimensão humana, social e económica desta tragédia”, a Ordem considera que o apoio jurídico é “um instrumento essencial” para ajudar as populações em situação de extrema vulnerabilidade.
O incêndio na Guarda continua complicado, com várias frentes ativas. À TSF, o autarca, Sérgio Costa, sublinha a falta de meios e reacendimentos.
"O incêndio da Pera do Moço continua sob forte vigilância e com alguns reacendimentos. Na localidade de Carvalhal, que faz fronteira entre a Guarda e Pinhel, houve um forte reacendimento e estão os meios possíveis no local. Por outro lado, o outro incêndio que teve origem no Sabugal, na aldeia de Santo António, tem várias frentes ativas e temos também os meios possíveis empenhados", explica à TSF Sérgio Costa, que volta a fazer um apelo a todos os partidos.
"Os responsáveis políticos de todo o país, da esquerda à direita, estão todos convocados para fazermos um pacto de regime sem olhar a cores partidárias, sem olhar à cor dos olhos, sem olhar a qualquer interesse que possa andar por aí para podermos defender os portugueses", frisa. O autarca considera que "a vida dos portugueses está em risco" e argumenta que "só quem anda no terreno, nas frentes de fogo, é que vê o esforço e o sacrifício que todos fazem".
"Ou temos rapidamente um pacto do regime que ponha em causa tudo o que está a acontecer neste momento, seja ao nível judicial, seja ao nível do ordenamento, seja ao nível da Proteção Civil, da Administração Interna, ou então vamos continuar a ver cada vez mais portugueses a morrer e nós não queremos que isso continue a acontecer", acrescenta.
A Câmara da Guarda ativou no sábado o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil por causa dos incêndios "não dominados" no concelho e nos municípios vizinhos.
O Caramulo Sprint, uma prova de automobilismo agendada para o próximo fim de semana, foi adiado para outubro devido aos incêndios, tendo em conta que é uma prova de montanha, anunciou este domingo a organização.
"Considerando o estado de alerta de risco de incêndio em que o país se tem mantido nas últimas semanas e que a prova se desenvolve numa área de floresta, foi entendimento unânime das diversas entidades e organismos que neste momento não é passível garantir a reunião de todos os meios de segurança e prevenção necessários para a realização do evento em 23 e 24 de agosto", anunciou.
O incêndio que deflagrou na tarde de sábado em Tarouca está "praticamente apagado", mas mantém uma frente ativa de difíceis acessos, disse à agência Lusa o comandante dos bombeiros.
"Estamos com uma frente ativa de acessos terrestres muito difíceis, de enorme declínio. Tudo o resto conseguimos resolver durante a noite, está praticamente apagado, uns 95%", disse à agência Lusa perto das 10h00 o comandante dos Bombeiros Voluntários de Tarouca, Humberto Sarmento.
Segundo o comandante, "com o reforço de meios, em especial os aéreos, a probabilidade de resolver o incêndio é grande, a perspetiva é boa".
O alerta para o incêndio de Vilarinho, na freguesia de São João de Tarouca, concelho de Tarouca, distrito de Viseu, aconteceu pelas 19h00 de sábado, dia 16.
O incêndio da Lousã, no distrito de Coimbra, já não tem qualquer frente ativa e entrou em fase de consolidação e vigilância aos reacendimentos, informou hoje a câmara municipal.
Numa informação divulgada este domingo pelas 09h30, na sua página de Facebook, o município da Lousã refere: "Já não temos frentes ativas."
Contudo, diz que se mantêm no terreno "os trabalhos de consolidação e de vigilância de reacendimentos".
"Está reaberta a circulação na EN342. Mantém-se a interdição na EN236 e a Estrada de Cacilhas / Hortas (acesso às aldeias)", lê-se ainda na nota.
A autarquia apela ainda a toda a população para evitar comportamentos de risco e deslocações às zonas afetadas, permitindo que as equipas de emergência desenvolvam o seu trabalho de forma eficaz e segura.
Este incêndio deflagrou ao início da tarde de quinta-feira junto à povoação do Candal, no concelho da Lousã.
O presidente da câmara de Arganil espera que o regresso das aeronaves ao combate ao fogo no concelho consiga estabilizar o trabalho dos bombeiros. Durante a noite, o vento abrandou e a humidade baixou com a descida das temperaturas. À TSF, Luís Paulo Costa diz que isso ajudou as operações no terreno.
"Há um pequeno ponto em que contamos ter condições agora no início da manhã para os meios aéreos poderem dar lá uma ajuda, a ver se conseguimos resolver", explica à TSF Luís Paulo Costa.
O autarca ainda não tem dados precisos relativamente aos prejuízos do incêndio que lavra desde quinta-feira, mas os que tem são, como diz, avassaladores.
"Entre 25% a 35% do concelho está coberto por um manto negro, tem sido avassalador até agora. Do ponto de vista dos prejuízos materiais, temos indicação de destruição de três habitações não permanentes, de alguns arrumos grupos agrícolas e do ponto de vista ambiental, naquilo que é a floresta, está a ser um desastre", sublinha.
A Câmara da Guarda ativou no sábado à noite o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil (PEMPC), devido aos incêndios “não dominados” que lavram no concelho e nos municípios limítrofes, “cuja duração pode prolongar-se”.
O plano foi acionado às 20h00 de sábado e vai vigorar até às 23:59 de segunda-feira, podendo ser prolongado consoante a evolução da situação, segundo o despacho do presidente da autarquia, Sérgio Costa, a que a Lusa teve acesso.
A medida é justificada com “os incêndios não dominados que lavram no concelho da Guarda e concelhos limítrofes, cuja duração pode prolongar-se por um período igual ou superior a 24 horas e do qual resultam danos para as populações, bens e ambiente e que, por isso, justificam a adoção imediata de medidas excecionais de prevenção, planeamento e informação”.
Com a ativação do plano municipal de emergência poderão ser mobilizados “os recursos dos agentes de proteção civil e os funcionários municipais, nos termos da lei, para a situação indicada”.
Durante à vigência do PMEPC, “deverá manter-se em prontidão, sob a responsabilidade do Serviço Municipal de Proteção Civil, a maquinaria para trabalho em espaços rurais já contratada a particulares, para apoio às operações de combate a incêndios rurais no concelho e caso venha a ser necessário”.
Poderão igualmente ser mobilizados “todos os recursos materiais e humanos do município da Guarda para apoio às operações de combate, rescaldo e vigilância de incêndios rurais que se verifiquem no concelho”, lê-se ainda no despacho.
O plano determina também a dispensa dos funcionários municipais que sejam bombeiros do quadro ativo das três corporações do concelho (Guarda, Gonçalo e Famalicão da Serra).
Estas medidas deverão aplicar-se “imediata e integralmente”, sendo que o município poderá proibir o acesso, circulação e permanência no interior de todos os espaços classificados no Plano Diretor Municipal como espaços florestais, com as exceções previstas na lei.
A Câmara da Guarda poderá igualmente solicitar à GNR “o reforço da vigilância” em todos os espaços rurais e florestais do território.
A Câmara da Mêda pediu no sábado ao Governo que declare a situação de calamidade neste concelho do norte do distrito da Guarda, face “ao desastre” provocado pelos incêndios que deflagraram esta semana e continuam ativos.
“Mêda foi subtraída de um enorme potencial florestal, vinícola e agrícola. É preciso que o Governo declare a situação de calamidade para o nosso território e crie mecanismos de apoio diretos aos nossos agricultores, empresários e sociedade civil em geral”, defendeu o vice-presidente da Câmara, César Figueiredo, em declarações à Lusa.
O fogo entrou no território do município de Meda na quarta-feira, vindo do concelho de Trancoso.
Lamentando que durante três dias o concelho tenha sido ‘esquecido’, o autarca defendeu a necessidade compensar rapidamente as pessoas afetadas.
“Investem-se milhões na Proteção Civil e nós ficámos com os tostões, que é o que temos agora”, realçou o autarca, que é também proprietário agrícola e produtor vitivinícola, adiantando que a Câmara Municipal já começou a apurar os prejuízos causados pelas chamas para os munícipes serem “rapidamente” compensados, “com apoios objetivos, concretos”.
“As pessoas estão fartas de subsídios e os políticos, em Lisboa, têm que perceber que esta gente precisa de ajuda já, porque o futuro avizinha-se dramático para muitos medenses”, salientou.
Pois, lamentou, “muita gente perdeu o que amealhou durante toda a vida, ficou absolutamente sem nada, sem vinhas, pastos, olivais, animais, alfaias agrícolas e outros bens”.
César Figueiredo adiantou ainda que, também devido aos fogos, a sede do concelho está hoje parcialmente sem energia elétrica.
“Não há eletricidade em vários pontos da cidade e têm ocorrido quebras de energia mais acentuadas em determinadas zonas da Mêda”, disse o vice-presidente da Câmara Municipal.
Ainda de acordo com o autarca, o concelho “ardeu todo”, com exceção de uma percentagem “muito reduzida”, que fica do outro lado do Itinerário Principal (IP) 2, que liga a autoestrada 25 ao Pocinho, em Vila Nova de Foz Côa, na zona de Barreira.
O balanço destes últimos dias, acrescentou, é “completamente devastador”.
Os nove maiores incêndios no continente mobilizavam às 08h00 mais de 3.200 operacionais no combate às chamas, com os de Arganil (Coimbra) e Satão (Viseu) a concentrarem o maior número de meios, segundo a Proteção Civil.
De acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estavam no terreno às 08h00 um total 3230 operacionais nas zonas mais afetadas, apoiados por 1079 meios terrestres e dois meios aéreos.
O incêndio em Arganil, no distrito de Coimbra, que deflagrou na quarta-feira, mobilizava 837 operacionais, 288 meios terrestres e dois meios aéreos, enquanto na Lousã, no mesmo distrito, estavam destacados 499 operacionais com 157 veículos.
O incêndio que deflagrou em Sátão na quarta-feira uniu-se ao incêndio que começou em Trancoso há mais de uma semana (dia 09), alastrando-se a 11 municípios do distrito de Viseu e da Guarda.
Os 11 municípios são: Sátão, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Penedono e São João da Pesqueira (distrito de Viseu); Aguiar da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres, Mêda, Celorico da Beira e Vila Nova de Foz Côa (distrito da Guarda).
A página oficial na Internet da ANEPC tem os meios distribuídos pelos dois incêndios de origem.
Assim, segundo a Proteção Civil, pelas 08h00 no incêndio de Sátão estavam empenhados 717 operacionais e 240 veículos, enquanto para as frentes que tiveram origem em Trancoso estavam destacados 423 operacionais, apoiados por 140 viaturas.
O incêndio em Poiares, Freixo de Espada à Cinta (Bragança), na região do Douro, com início na sexta-feira, empenhava 269 operacionais e 96 meios terrestres, enquanto o fogo no Sabugal (Guarda) contava com 166 operacionais e 50 veículos.
Também na Guarda, em Pêra do Moço, o combate às chamas envolvia 142 operacionais e 53 veículos.
Em Tarouca, no distrito de Viseu, estavam 89 operacionais, apoiados por 27 veículos.
Já o fogo em Mondim de Basto, distrito de Vila Real, foi dado como dominado às 04h15 deste domingo, disse à agência Lusa fonte do Comando Sub-regional do Ave.
Pelas 08h00, mantinham-se no local 127 operacionais, apoiados por 39 viaturas, de acordo com a página da ANEPC.
