Hub da TAP em Lisboa tem "valor estratégico" pela localização: "É perfeitamente possível encontrar interessados"
Em declarações à TSF, Sérgio Monteiro, o antigo secretário de Estado que liderou a venda da TAP em 2015, quando Passos Coelho era primeiro-ministro, acredita que a "privatização integral" vai acabar por acontecer
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Sérgio Monteiro, o antigo secretário de Estado que liderou a venda da TAP em 2015, quando Passos Coelho era primeiro-ministro, defende, em declarações à TSF, que, neste momento, a falta de apoio parlamentar não permitiria ao Executivo ir além da alienação de 49,9% do capital da companhia aérea. Contudo, acredita que a "privatização integral" vai acabar por acontecer, tal como sucedeu um pouco por toda a Europa, onde "o caminho começou por vendas minoritárias e depois evolui para vendas maioritárias e até a totalidade".
"A fazer fé nas declarações dos membros do Governo ontem [quinta-feira], o privado que entrar na companhia agora terá direito de preferência no futuro relativamente a percentagens adicionais de capital. Portanto, está aberto o caminho para que no futuro a TAP tenha a maioria do capital detido por privados", refere ainda.
Para Sérgio Monteiro, faz todo o sentido manter o centro da atividade da TAP em Lisboa, até porque o "valor estratégico" da empresa também está relacionado com a localização do hub na capital portuguesa. Por isso, afirma igualmente, as exigências do Governo, desde a garantia de ligação à diáspora portuguesa até à proteção dos trabalhadores, não põem em causa o negócio: "É perfeitamente possível encontrar interessados."
A aprovação do decreto-lei com as condições para a alienação da TAP é o primeiro passo para arrancar com a venda da companhia aérea, que vai voltar a ter acionistas privados depois de em 2020 o Governo ter avançado para a nacionalização no âmbito do impacto da pandemia no transporte aéreo.
