Trump ferido em comício. Tudo o que já se sabe sobre a "tentativa de assassinato" do ex-presidente dos EUA
Os líderes mundiais já condenaram o ataque. Duas pessoas morreram, incluindo o alegado agressor, que foi abatido pelos serviços de segurança
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O ex-presidente norte-americano e candidato presidencial republicano Donald Trump, foi vítima de uma tentativa de assassinato no sábado à noite, durante um comício, na Pensilvânia, suscitando a condenação geral dos líderes mundiais.
Atingido a tiro numa orelha, o ex-presidente foi retirado do palco onde decorria o último comício de Trump antes da convenção republicana onde será oficialmente nomeado candidato do Partido Republicano nas eleições de novembro para a Casa Branca.
Duas pessoas morreram, incluindo o alegado agressor, que foi abatido pelos serviços de segurança, e outras duas ficaram feridas. O FBI identificou o atirador como Thomas Mathiew Crooks, de 20 anos. De acordo com a agência Reuters, "tratava-se de um republicano registado, de acordo com os registos de eleitores do estado".
Nos momentos após o tiroteio, Trump foi rodeado pelos agentes de segurança, mas rapidamente emergiu com o rosto manchado de sangue, ergueu o punho no ar e disse: "Luta! Luta! Luta!".
Segundo a AP, os agentes dos serviços secretos demoraram cerca de dois minutos, desde o primeiro tiro, até Donald Trump entrar no carro blindado onde seguiu.
O porta-voz da campanha, Steven Cheung, afirmou que o ex-presidente "está bem" e foi "examinado num centro médico local".
As primeiras palavras de Trump após o ataque
Donald Trump já agradeceu nas redes sociais aos serviços secretos dos EUA e apresentou as "condolências à família da pessoa que foi morta no comício e também à família da outra pessoa que ficou gravemente ferida".
O ex-presidente e candidato considerou ainda que "é incrível que tal ato possa acontecer" nos Estados Unidos da América e disse que, até ao momento, "ainda não se sabe nada sobre o atirador, que agora está morto".
"Levei um tiro na parte superior da minha orelha direita. Soube de imediato que algo estava mal quando ouvi um zumbido e tiros e, logo de seguida, senti uma bala a rasgar-me a pele. Houve muito sangue e percebi então o que estava a acontecer".
Segundo a Associated Press, que cita fontes policiais, o tiroteio no comício está a ser investigado como uma tentativa de assassinato do ex-presidente norte-americano, mas não há mais informações da parte das autoridades sobre o sucedido, nem os motivos.
A identidade do alegado agressor
A agência Reuters avança que o FBI identificou Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, de Bethel Park, Pensilvânia, como o "sujeito envolvido" no ataque que considerou ser uma "tentativa de assassinato" numa declaração no início do domingo.
O jornal New York Times escreve que, "depois de o suspeito ter sido abatido, cujo corpo foi visto num telhado a centenas de metros do palco, as autoridades recuperaram uma arma semiautomática do tipo AR-15, junto do possível atirador".
As reações dos líderes mundiais
O Presidente norte-americano e candidato democrata, Joe Biden, condenou os acontecimentos de sábado, disse estar aliviado por saber que Donald Trump está "seguro e bem", mas evitou considerar que foi uma tentativa de assassinato.
"Tenho uma opinião sobre o assunto, mas não tenho informações, não deve haver lugar para este tipo de violência na América", afirmou Joe Biden numa comunicação ao país.
Os líderes europeus e de vários países do mundo, de organizações como a NATO e União Europeia, manifestaram-se através de comunicados, ou das suas contas oficiais nas redes sociais, para condenar o ataque e desejar as melhoras a Donald Trump, repudiando o que classificaram como violência política.
O ataque foi também condenado pelo primeiro-ministro albanês, Edi Rama, que o considerou "uma tragédia para o mundo democrático".
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, considerou tratar se de um ataque "indesculpável" aos valores democráticos e, na Áustria, o chanceler Karl Nehammer disse na rede social X: "A violência política não tem lugar na nossa sociedade!"
O presidente do Brasil, Lula da Silva, defendeu que o ataque deve ser "fortemente repudiado" por todos os defensores da democracia e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou que "a violência política nunca é aceitável".
Numa lista de países que condenaram o ataque a Associated Press (AP) cita os presidentes da China (Xi Jinping), Egito (Abdelfattah El Sissi), El Salvador (Nayib Bukel), França (Emmanuel Macron), Finlândia (Alexander Stubb), Itália (Sergio Mattarella), Israel (Isaac Herzog), México (Andrés Manuel López Obrador), Coreia do Sul (Yoon Suk Yeol), Taiwan (Lai Ching-te), Filipinas (Ferdinand Marcos Jr). A estes, juntaram-se ainda o Presidente de Portugal (Marcelo Rebelo de Sousa) e da Argentina (Javier Milei).
No continente africano, líderes de países como a África do Sul, Zâmbia ou Etiópia, entre outros, condenaram igualmente a tentativa de assassínio e alertaram para os perigos para a democracia.
O porta-voz do presidente da Rússia, Vladimir Putin, Peskov, condenou qualquer manifestação de violência no âmbito da luta política, mas considerou que o atual Governo dos Estados Unidos criou a atmosfera que propiciou este ataque.
O chanceler alemão Olaf Scholz e os primeiros-ministros de vários países criticaram o ataque e manifestaram solidariedade com Donald Trump, entre os quais os chefes dos governos de Portugal, Dinamarca, Estónia, Hungria, Índia, Iraque, Japão, Kosovo, Noruega, Paquistão, Eslováquia, Suécia e Reino Unido.
Em Portugal, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, expressou a sua "mais viva condenação" pelo atentado contra o ex-chefe de Estado norte-americano Donald Trump e apelou a que se combata com firmeza a violência política.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, condenou também o atentado, desejando um "pronto restabelecimento" a Donald Trump, e considerou "completamente intolerável" a "violência política".
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse estar chocado com a tentativa de assassinato do antigo presidente dos Estados Unidos Donald Trump e afirmou que "violência política" não tem lugar nas democracias.
