Santos Silva sublinha que "é preciso tolerância democrática até perante ódios", mas "demasiada é cumplicidade"
À TSF, o antigo presidente da Assembleia da República mostra-se "preocupado" pela existência "de uma lista de pessoas que estão identificadas como alvos". É a reação de Santos Silva à última ação da associação Habeas Corpus
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Perante a divulgação "de uma lista de pessoas que estão identificadas como alvos", a preocupação do antigo presidente da Assembleia da República "cresceu". A associação Habeas Corpus publicou uma lista nas redes sociais com vários nomes de escritores - como o de Mariana Jones, vítima de perseguições pelo livro O Pedro gosta do Afonso -, ativistas e políticos - entre eles, o da coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua - que considera ser "terroristas LGBTQIA+, altamente financiados com o dinheiro dos impostos dos portugueses, com a máquina de propaganda socialista a seu serviço".
Santos Silva já tinha publicado, no início da semana, um texto no Facebook, no qual se mostrava indignado com a invasão deste grupo durante a apresentação do livro Mamã, quero ser um menino, de Ana Rita Almeida, no Centro Cultural Raiano, em Idanha-a-Nova, no sábado à tarde. Na publicação, caraterizou os membros da Habeas Corpus como "energúmenos".
"Devemos ter sempre alguma tolerância democrática perante a expressão de emoções, de sentimentos, de ideias e até de ódios, mas demasiada tolerância é mesmo cumplicidade", refere igualmente.
O professor universitário e antigo ministro socialista lembra que pelo menos uma das autoras visadas apresentou queixa às autoridades: "Acho estranho que seja preciso uma queixa para que essa invasão, seja travada pelas autoridades, que, aliás, estão presentes."
A TSF questionou a ministra da Juventude e da Modernização com a tutela da Igualdade e a Comissão para a Igualdade de Género e, no momento da publicação desta notícia, ainda não tinha obtido resposta.